Bento XVI recordando o documento conciliar sobre a Divina Revelação salientou o facto
de a Igreja encontrar no Evangelho a orientação para o seu caminho.
Os apóstolos e os seus sucessores, os bispos, são os depositários da mensagem que
Cristo confiou á sua Igreja, para que fosse transmitido integro a todas as gerações.
Foi o que salientou Bento XVI antes da recitação do Angelus do meio dia, perante uma
multidão de peregrinos e fiéis que este domingo quiseram desafiar a chuva intensa
na Praça de S. Pedro.
Uma afirmação temporalmente não casual porque o Papa quis recordar como no dia 18
de Novembro de há 40 anos o Concilio Ecuménico Vaticano II aprovou a Constituição
Dogmática sobre a Divina Revelação a “Dei Verbum que - disse Bento XVI - constitui
uma das traves mestres do inteiro edificio conciliar.
Este documento trata da Revelação e da sua transmissão, da inspiração e da interpretação
da Sagrada Escritura e da sua importância fundamental na vida da Igreja.
O Papa sublinhou que, recolhendo os frutos da renovação teológica precedente, o Vaticano
II coloca no centro Cristo, apresentando-o como o mediador e ao mesmo tempo a plenitude
de toda a revelação. E desde sempre os apóstolos e seus sucessores, isto é os bispos,
são chamados a ser o guardião da mensagem de Cristo, e a sua tarefa consiste em transmiti-la
integra a todas as gerações.
A Sagrada Escritura, do Antigo e do Novo Testamento e a Sagrada Tradição - disse ainda
Bento XVI – contêm tal mensagem, cuja compreensão progride na Igreja sob a assistência
do Espírito Santo. Aquela mesma Tradição faz conhecer o cânone integral dos Livros
sagrados e torna-os rectamente compreensíveis e operantes, de maneira que Deus, o
qual falou aos Patriarcas e aos Profetas, não deixa de falar á Igreja e através dela
ao mundo.
O Papa salientou depois que a Constituição Conciliar Dei Verbum deu um forte impulso
á valorização da Palavra de Deus, da qual derivou uma profunda renovação da vida da
comunidade eclesial sobretudo na pregação, na catequese, na teologia, na espiritualidade
e das relações ecuménicas.
Bento XVI acrescentou que precisamente a Palavra de Deus guia os crentes para a plenitude
da verdade, e entre os múltiplos frutos desta primavera bíblica quis recordar a difusão
da antiga pratica da leitura espiritual da Sagrada Escritura que consiste em ler e
meditar longamente um texto bíblico para alimentar a nossa meditação e contemplação,
colocando a mente e o coração numa atitude de escuta religiosa.
A concluir o Papa convidou a rezar para que, como Maria a Igreja seja serva dócil
da Palavra divina e a proclame sempre com uma confiança firme, de maneira que o mundo
inteiro escutando acredite, acreditando espere, e esperando ame.