IGREJA CALDÉIA REALIZA SÍNODO ESPECIAL NO VATICANO
Bagdá, 03 nov (RV) - O futuro dos cristãos no Iraque e a reforma na liturgia
serão os temas centrais do Sínodo especial da Igreja Caldéia, que terá lugar no Vaticano,
de 8 a 12 do corrente. O encontro entre os bispos caldeus provenientes do Iraque e
da diáspora será realizado a portas fechadas.
Os bispos reúnem-se, normalmente,
uma vez por ano, mas a urgência da situação no Iraque exigiu um segundo Sínodo, depois
daquele realizado lá mesmo, em seu país, no início deste ano.
Falando à agência
missionária de notícias, AsiaNews, o Bispo caldeu de Kirkuk, Dom Louis Sako, destacou
que os participantes do Sínodo não discutirão somente sobre os acontecimentos iraquianos
e a reforma litúrgica, mas abordarão também o problema da emigração e de como enfrentar
o proselitismo das Igrejas evangélicas no Iraque.
Segundo ele, "os grupos
evangélicos vindos com o exército norte-americano, fazem proselitismo entre católicos
e ortodoxos". "Eles atraem as pessoas com dinheiro e com promessas de vistos para
sair do país. Além disso, realizam celebrações nos dialetos árabes, enquanto nós ainda
não atualizamos nossa liturgia" _ disse Dom Sako.
Sobre este último tema, o
Patriarca Emmanuel III Delly também expressou preocupações. Segundo afirmou, "a Igreja
caldéia sempre teve boas relações com grupos evangélicos, porém, os novos grupos evangélicos
chegados depois da guerra, estão mais preocupados em recolher dinheiro de ricos doadores
estrangeiros do que em difundir o Evangelho".
Acerca dos temas a serem discutidos
no Sínodo, Dom Sako sublinhou ainda "que o ponto crucial hoje, é a situação dos cristãos
no Iraque, sobretudo, sob a nova Constituição, que torna impossível a conversão do
Islã e unifica, de modo pouco claro, caldeus e assírios".
Os caldeus no Iraque
são cerca de 550 mil. Segundo alguns líderes religiosos, de agosto a outubro de 2004,
de 10 mil a 40 mil cristãos deixaram o Iraque. (JE)