O Observador Permanente da Santa Sé na ONU pede um desenvolvimento no mundo compativel
com o ambiente
Para a Santa Sé a promoção de um desenvolvimento sustentável é uma questão de responsabilidade
e de solidariedade para com as gerações de hoje e do futuro. Isso mesmo explicou o
seu observador permanente perante a Organização das Nações Unidas, Arcebispo Celestino
Migliore, ao tomar a palavra na comissão da assembleia geral que discutiu sobre «desenvolvimento
sustentável».
«A minha delegação crê que os planos de desenvolvimento e as estratégias de redução
da pobreza têm de integrar-se com a preservação do ambiente», começou por constatar
o representante do Papa.
«Sem uma atenção com o ambiente, o desenvolvimento não terá bases sólidas, e sem desenvolvimento
não haverá meios de investimento, tornando impossível a protecção do ambiente», disse
o Núncio Apostólico, para quem «a acção em favor do ambiente é em um acto de confiança
no destino da família humana».
Citando o primeiro princípio da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento (1992), D. Migliore lembrou que «os seres humanos são o centro
das preocupações pelo desenvolvimento sustentável».
Nesse sentido, o prelado enunciou aquelas que considera serem as três primeiras e
mais graves ameaças para o desenvolvimento sustentável: «A pobreza, as doenças infecciosas
e a degradação ambiental».
«Estas três questões constituem, em última análise, uma ameaça para a segurança das
gerações presentes e futuras. A necessidade de enfrentar estes desafios, no seu conjunto,
é indispensável para um sistema de segurança colectivo», advertiu.
Outra das preocupações expostas por D. Migliore foi a destruição das florestas, «que
continuam a ser essenciais em termos de alimentação, refúgio, combustível, água e
fibra para 90% dos 1,2 mil milhões de pobres no mundo».
O prelado propôs, por último, a promoção «das fontes de energia renováveis» e « a
eliminação gradua dos subsídios prejudiciais, sobretudo para o uso e o desenvolvimento
de combustíveis fósseis, investindo na busca e no desenvolvimento de produtos limpos,
eficazes e baratos que os substituam».
«Nos próximos cinco anos, o mundo terá necessidade de mais energia, e não de menos:
é um dever, perante as gerações futuras, empreender imediatamente este caminho», concluiu.