2005-11-03 16:39:56

"NUNCA MAIS O HOLOCAUSTO": DOM MIGLIORE SAÚDA RESOLUÇÃO DA ONU PARA RECORDAR A "SHOAH"


Nova York, 02 nov (RV) - "Que a memória do Holocausto seja preservada em todo Estado, como compromisso para evitar às novas gerações, tal terror." Com essas palavras o Arcebispo Dom Celestino Migliore, Observador Permanente da Santa Sé na ONU, saudou a aprovação, ontem à tarde, por parte da Assembléia Geral das NN. UU. do dia em recordação do Holocausto, que será celebrado, anualmente, em 27 de janeiro.

"Que o Holocausto nos sirva de advertência a não deixar nascer ideologias que justificam o desprezo pela dignidade humana com base na raça, cor da pele, língua ou religião" _ foi a veemente advertência de Dom Celestino Migliore que, em seu discurso, ressaltou que, infelizmente, o Holocausto não serviu de lição e não impediu que o século passado fosse testemunha de genocídios, limpezas étnicas e assassinatos em massa.

"É preciso reforçar nosso compromisso comum, a fim de que, tendo dado um nome a esse crime, as nações do mundo sejam capazes de reconhecê-lo por aquilo que é, e de evitá-lo no futuro" _ frisou o Observador da Santa Sé na ONU.

"Pedir perdão _ acrescentou ele _ ajuda a purificar a memória." Recordar a "Shoah" nos oferece uma ocasião "para identificar os sintomas de um possível genocídio e impedir que ele ocorra; permite-nos adotar, em tempo, medidas decididas para superar injustiças sociais e internacionais de todo o tipo".

Dom Migliore concluiu seu discurso, recordando a histórica visita de João Paulo II ao mausoléu de "Yad Vashem", em Jerusalém, em março do ano 2000.

Ontem ainda, Dom Celestino Migliore se pronunciou sobre o relatório da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos, reiterando a necessidade da coexistência de dois Estados soberanos, como caminho para obter a paz entre palestinos e israelenses.

Dom Migliore ressaltou as crescentes dificuldades em que vivem os palestinos de fé cristã, "por vezes olhados com despeito pelos próprios vizinhos", obrigados a viver em condições de isolamento.

A seguir, detendo-se sobre a construção do muro de segurança israelense, expressou preocupação por suas conseqüências para a vida dos palestinos. A Santa Sé, explicou ele, "reconhece o direito de todo povo, de viver em paz e segurança; por outro lado, está convencida de que a Terra Santa tem mais necessidade de pontes do que de muros". O prelado reiterou que é tempo de trabalhar pelo "nascimento de dois Estados, um ao lado do outro, que se respeitem reciprocamente".

Lamentando o elevado número de vítimas inocentes, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU ressaltou que "somente com uma paz duradoura e negociada" serão "legitimadas as aspirações de todos os povos da Terra Santa".

Dom Migliore concluiu seu pronunciamento com um auspício de Bento XVI, a fim de que Jerusalém possa, um dia, ser "a casa da harmonia e da paz" para todos os fiéis. (RL)








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