LÍBANO: BISPOS MARONITAS PROTESTAM CONTRA PRESSÃO AO PRESIDENTE
Beirute, 02 nov (RV) - Os bispos católicos maronitas queixaram-se hoje, da
campanha que pede a renúncia do Presidente libanês, Émile Lahud, por sua possível
relação com o assassinato do ex-Primeiro-ministro, Rafic Hariri.
Os prelados
recordaram que é a Constituição do país que deve decidir sobre o futuro do Presidente.
"A Constituição é o primeiro e último árbitro; a ela cabe a última palavra" _ afirmaram
os bispos, ao término de sua reunião mensal, realizada sob a chefia do Patriarca maronita,
Nasrallah Pierre Sfeir.
Numerosos políticos libaneses, de diversas confissões,
pediram a renúncia de Lahud, considerado como símbolo da era da "tutela síria" sobre
o Líbano.
Segundo os bispos maronitas, o debate sobre a necessidade de que
o Presidente renuncie "paralisou a vida política no Líbano e está impedindo que os
políticos se ocupem dos problemas cotidianos, o que vem afetando a situação econômica
da Nação".
Lahud, cujo mandato presidencial foi prorrogado por três anos, em
2004, de acordo com a Síria, afirmou, em várias ocasiões, que não pretende renunciar
e que permanecerá no poder até o fim de seu mandato.
A Constituição libanesa
prevê a destituição do presidente somente no caso em que ele seja considerado culpado
de "alta traição". O sistema político-confessional libanês estabelece que o Presidente
seja maronita, o Primeiro-ministro, sunita, e o Presidente do Parlamento, xiita. (AF)