2005-11-02 18:59:24

GOVERNO E EPISCOPADO VENEZUELANOS PROSSEGUEM NO PROCESSO DE REAPROXIMAÇÃO


Caracas, 02 nov (RV) - O governo venezuelano e a Igreja Católica concordaram ontem, em prosseguir no percurso de reaproximação e de busca de um entendimento, segundo informações do Arcebispo designado de Caracas, Dom Jorge Liberato Urosa Savino

"Houve momentos de dificuldades, mas a atitude do governo, assim como a nossa, é a de continuar buscando um entendimento, para o bem do povo" _ declarou o Arcebispo, após seu primeiro encontro oficial _ que durou mais de duas horas, no Palácio Miraflores _ com o Presidente Hugo Chávez.

Dom Urosa Savino, de 63 anos, foi designado Arcebispo de Caracas no dia 19 de setembro passado, e tomará posse do governo pastoral da Arquidiocese, no próximo sábado, em cerimônia oficial a ser oficiada na capital venezuelana.

As dificuldades entre o Episcopado e o governo Chávez remontam a 1998, época em que o atual Presidente era apenas candidato à chefia da Nação.

As tensões se tornaram mais fortes após o golpe de Estado de abril de 2002, que derrocou Chávez durante 48 horas. Na ocasião, o falecido Cardeal Ignácio Velasco, então Primaz da Igreja na Venezuela, avalizou com sua assinatura, o decreto do autoproclamado Presidente Pedro Carmona, que abolia as instituições democráticas venezuelanas.

Dom Urosa Savino explicou aos jornalistas que, em seu encontro com o Presidente Chávez, expôs o interesse da Igreja Católica em participar dos programas sociais do governo. Ele precisou que "ainda que não tenha pleiteado de maneira concreta" a possibilidade de um trabalho conjunto entre Episcopado e governo, deixou clara a disponibilidade da Igreja nesse sentido.

Em relação à atitude de frontal oposição ao governo chavista, assumida pelo Cardeal Rosalio José Castillo Lara, Dom Urosa Savino preferiu "não opinar", afirmando que se trata de "uma atitude pessoal" do purpurado.

O Cardeal Castillo Lara exortou a oposição a usar a via constitucional da "desobediência civil" para derrubar o governo Chávez, qualificando o Presidente de "ditador" e afirmando que ele deveria ser submetido a um "exorcismo". (AF)








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