2005-11-02 15:28:39

Feliz o homem que dá; não ao sucesso com imoralidade.O justo não faz usura e coloca-se ao lado dos marginais,salientou Bento XVI durante a audiencia geral


Bento XVI falou hoje da morte como “um novo nascimento”, pedindo aos fiéis que não temam esse momento de passagem.
Comentando o Salmo 111, na audiência geral desta manhã, o Papa lembrou que na Sagrada Escritura “mais do que um fim, é um novo nascimento”, convidando todos os 20 mil peregrinos presentes na Praça de São Pedro a “rezar pelos nossos entes queridos que já morreram”.
A catequese do Papa centrou-se sobre a figura do “justo”, defendendo que “a observância da lei moral é fonte de profunda paz da consciência” e que, para os fiéis, ela é a escolha a fazer “contra qualquer alternativa de sucesso ilusório, obtido através da injustiça e da imoralidade”. A felicidade do homem, disse, está “em dar”.
“Na óptica bíblica, a fidelidade à Palavra divina consiste numa escolha fundamental, isto é, a caridade para com os pobres e os necessitados”, acrescentou.
Feliz sobretudo o homem que empresta, que dá aos pobres. O fiel é portanto generoso; respeitando a norma bíblica, ele concede em empréstimo aos irmãos em necessidade; sem juros e sem cair na infâmia da usura que destrói a vida dos indigentes. O justo, recolhendo a admoestação constante dos profetas, coloca-se ao lado dos marginais e apoia-os com ajudas abundantes. Dá largamente aos pobres manifestando assim uma grandíssima generosidade, completamente desinteressada, acrescentou o Papa, traçando também o perfil da pessoa má.
Este individuo assiste ao sucesso da pessoa justa ardendo de raiva e de inveja. É o tormento de quem tem uma má consciência, ao contrário do homem generoso que mantém sólido e seguro o seu coração.
Com as palavras de Clemente Alexandrino, Bento XVI explicou também como deve ser a relação do justo com o dinheiro: Jesus declara injusto, por natureza tudo aquilo que se possui como algo que é só para si e não se coloca á disposição daqueles que precisam; mas declara também que desta injustiça é possível fazer uma obra justa e salutar, dando repouso a algum daqueles pequenos que têm uma demora eterna junto do Pai…Deus ama quem dá com alegria, quem goza em dar e não semeia com escassez, para não recolher da mesma maneira, mas partilha sem mágoa e distinção e isto é verdadeiramente fazer o bem.
O maior grupo de peregrinos presente na audiência geral desta quarta feira, pertencia à Associação italiana das Famílias numerosas. Numa saudação especial, o Papa frisou a “centralidade da família, célula fundadora da sociedade e primeiro lugar de acolhimento e de serviço à vida”.
“No actual contexto social, os núcleos familiares com muitos filhos constituem um testemunho de fé, de coragem e de optimismo, porque sem filhos não há futuro”, disse.
Em conclusão, Bento XVI deixou votos para que “sejam promovidas intervenções sociais e legislativas adequadas para apoiar as famílias numerosas, que constituem uma riqueza e uma esperança para o país”.
Como antecipou durante a recitação da oração do Angelus da Solenidade de todos os Santos Bento XVI “em união espiritual com todos aqueles que nestes dias se deslocam aos cemitérios para rezar pelos defuntos”, irá hoje às Grutas do Vaticano e terá uma recordação especial pelo Papa João Paulo II.
O túmulo deste pontifice continua a ser destino de uma procissão incessante de fiéis, que aumentou nestes últimos dias. Ontem, muitos compatriotas recordaram o aniversário da ordenação sacerdotal de Karol Wojtyla, que aconteceu no dia 1 de Novembro de 1946, em Cracóvia.







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