As vitimas da Sida em Moçambique:os esforços do governo para o seu tratamento
O Governo moçambicano gasta anualmente 5,6 milhões de euros com o tratamento gratuito
a 15 mil infectados pelo HIV/Sida assistidos em unidades de saúde localizadas em todo
o país, informaram ontem as autoridades sanitárias.
Numa informação à Assembleia da República de Moçambique sobre a situação do HIV/Sida
no país, o ministro da Saúde, Ivo Garrido, revelou que o tratamento gratuito com anti-retrovirais
custa 31 euros mensais por doente nos hospitais públicos, menos oito euros que o salário
mínimo nacional, fixado em cerca de 39 euros.
Daqueles valores, estão excluídos os custos do tempo de internamento, serviços dos
trabalhadores de saúde e outros custos sociais, explicou Garrido.
O ministro adiantou que os doentes que não recebem tratamento gratuito nas unidades
sanitárias do Estado gastam em anti-retrovirais 62 euros por mês, ou seja, o dobro
do que o Governo paga aos infectados que recorrem aos seus estabelecimentos sanitários.
Reiterando que o Governo considera o HIV/Sida uma emergência nacional, o ministro
da Saúde de Moçambique acrescentou que a doença provocou a morte de 97 mil pessoas
em 2004, dos 1,4 milhões de infectados existentes no país.
Do número de infectados registado no ano passado, 80 mil são crianças, 570 mil homens
e 800 mil são mulheres, o que, de acordo com Garrido, “demonstra claramente uma feminização
da sida”.