NO ANGELUS, PAPA RECORDA CINCO DOCUMENTOS DO VATICANO II
Cidade do Vaticano, 30 out (RV) - Na fase final do Concílio Ecumênico Vaticano
II, foi aprovada a maior parte dos documentos elaborados nesse histórico evento eclesial.
Hoje, 40 anos depois, Bento XVI quis recordar os cinco documentos que Paulo VI e os
padres conciliares assinaram, em 28 de outubro de 1965.
No encontro habitual
com os fiéis, para a oração mariana do Angelus, da janela de seus aposentos, o Santo
Padre citou os decretos "Christus Dominus", sobre o dever pastoral dos bispos; "Perfectae
caritatis", sobre a renovação da vida religiosa; e "Optatam totius", sobre a formação
sacerdotal. Mencionou ainda as declarações "Gravissimum educationis", sobre a educação
cristã; e "Nostra aetate", sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs.
Em sua catequese, o Papa aprofundou, em especial, o documento sobre a educação:
"Desde sempre _ disse o Pontífice _ a Igreja se engajou na educação da juventude,
à qual o Concílio reconheceu extrema importância, seja para a vida do homem, seja
para o progresso social. Ainda hoje, em tempos de comunicação global, a comunidade
eclesial sente a importância de um sistema educativo que reconheça a primazia do homem
como pessoa aberta à verdade e ao bem. Naturalmente, os principais educadores são
os pais, ajudados pela sociedade civil. Mas _ ressalvou _ a Igreja acredita ter uma
responsabilidade especial. A ela, Cristo confiou o dever de anunciar o caminho da
vida. E ela tenta cumprir sua missão, de várias formas."
Também a declaração
"Nostra aetate" é muito atual _ disse o Papa _ porque fala do comportamento da comunidade
eclesial em relação às religiões não-cristãs. "Partindo do princípio que todos os
homens constituem uma única comunidade, e que a Igreja tem o dever de promover a unidade
e o amor entre os povos _ refletiu o Papa _ o Concílio não renega o que é verdadeiro
e santo nas outras religiões, e anuncia Cristo, "caminho, verdade e vida" a todos."
Com a declaração "Nostra aetate", os padres conciliares propuseram algumas
verdades fundamentais: recordaram com clareza o vínculo especial de união entre cristãos
e judeus, reiteraram a estima aos muçulmanos e fiéis de outras religiões, e confirmaram
o espírito de fraternidade universal que rejeita toda discriminação ou perseguição
religiosa.
O Papa concluiu sua reflexão sobre os documentos conciliares, convidando
os fiéis a estudá-los e a rezar com ele e com Maria, a fim de que todos os fiéis em
Cristo mantenham sempre vivo o espírito do Concílio Vaticano II, para contribuir a
instaurar no mundo, a fraternidade universal que responde ao desejo de Deus para o
homem, criado à Sua imagem. Em suas saudações finais, em várias línguas, o Papa
fez um apelo especial à comunidade internacional, em favor das populações atingidas
pelo terremoto que abalou a região da Cachemira, no dia 8 de outubro. O abalo sísmico
causou a morte de mais de 50 mil pessoas e enormes prejuízos materiais. As populações
que se viram atingidas pelo tremor de terra estão passando por sérias privações. (CM)