Sinodo dos bispos: questões em aberto á espera da exortação apostolica pos-sinodal.Eleito o conselho pos-sinodal de Bispos que poderá ajudar o Papa na redação deste documento

O encerramento dos trabalhos da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, este fim-de-semana, foi entendida como um ponto final sobre a discussão em torno das questões que emergiram nas três semanas desse grande encontro eclesial. O Cardeal Walter Kasper, membro da Cúria Romana, veio esta segunda feira lembrar que os problemas continuam a ser alvo de debate, afirmando mesmo “não poder imaginar que a discussão esteja fechada”
Falando na sede da Associação italiana de imprensa estrangeira, o Cardeal Kasper abordou a problemática dos divorciados que voltaram a casar, referindo que “esta é uma questão que existe e sobre a qual devemos reflectir, para lhe responder”.
As propostas do Sínodo procuram explorar “caminhos de misericórdia”, como foi dito várias vezes no decorrer dos trabalhos, mas não esquecem que a doutrina da Igreja determina que a Eucaristia seja vivida em comunhão com os outros Sacramentos. Nesse sentido, as “proposições” afirmam que os divorciados recasados “não podem ser admitidos à Santa comunhão”.
Para o Cardeal Kasper “este é um problema pastoral constante”. A exortação pós-sinodal do Papa, que será escrita nos próximos meses, poderia oferecer respostas a este tema.
Este membro da Cúria Romana lembra que o próprio Bento XVI abordou a questão nas suas férias no Valle de Aosta, aquando de um encontro com o clero local, tendo convidado a Igreja a reflectir sobre estes casos.
Exortação pós-sinodal
Apesar de a maioria dos participantes do Sínodo dos Bispos estar de regresso às suas dioceses de origem, o trabalho desta assembleia não terminou.
Bento XVI tem agora a missão de redigir a exortação apostólica pós-sinodal, o documento conclusivo que será baseado nas cinquenta “proposições” aprovadas pelos padres sinodais.
Para realizar este trabalho, o Papa contará com uma ajuda específica, um Conselho pós-sinodal de Bispos, eleitos tanto pela assembleia como por ele mesmo:
-Cardeal Francis Arinze, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos;
-Cardeal Juan Luis Cipriano Thorne, Arcebispo de Lima;
-Cardeal Jorge Mario Bergoglio, S.I., Arcebispo de Buenos Aires;
-Cardeal Cormac Murphy-O'Connor, Arcebispo de Westminster;
-Cardeal Angelo Scola, Patriarca de Veneza;
-Cardeal Telesphore Placidus Toppo, Arcebispo de Ranchi;
-Cardeal George Pell, Arcebispo de Sydney;
-Cardeal Marc Ouellet, P.S.S., Arcebispo de Québec;
-Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos;
-D. Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kisangani;
-D. John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja;
-D. Donald William Wuerl, Bispo de Pittsburgh;
-D. Joseph Zen Ze-Kiun, S.D.B., Bispo de Hong Kong;
-D. Djura Dzudzar, exarca apostólico da Sérvia e Montenegro para os católicos de rito bizantino;
-D. Luis Antonio G. Tagle, Bispo de Imus.

Os membros do Conselho pós-sinodal darão assistência à Secretaria Geral do Sínodo, reunindo-se em Roma para avaliar os resultados do Sínodo e a sua aplicação.