2005-10-24 18:41:07

BRASILEIROS PREFEREM CONTINUAR ARMADOS: NO REFERENDO, VENCE O "NÃO"


Brasília, 24 out (RV) - No Brasil, a proibição do comércio de armas de fogo foi rejeitada por meio do referendo do último domingo. Os votos a favor do "não" alcançaram 64% do total, contra os 36% daqueles que pediam o desarmamento.

A população brasileira, portanto, decidiu, por grande maioria, pelo direito de continuar comprando armas de fogo, não obstante a mobilização do governo, da Igreja e de muitas organizações sociais.

O referendo _ primeiro no mundo sobre essa questão _ foi feito por voto eletrônico. A afluência do eleitorado foi expressiva: votaram mais de 120 milhões de pessoas.

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que se posicionou desde o princípio contra a venda de armas de fogo, disse que a consulta, apesar do resultado, constitui uma vitória da democracia no país.

"A Igreja _ disse por sua vez, o Cardeal-arcebispo de São Paulo, Cláudio Hummes _ pronunciou-se contra a venda e o comércio de armas e continuará sempre, obviamente, a lutar contra a violência."

"Não se trata somente de comércio de armas: a violência, de fato, tem muitas causas profundas" _ acrescentou o Cardeal Hummes. "As armas _ argumentou _ devem ser combatidas, porque facilitam a violência, mas é claro que aqueles que as possuem, não estão totalmente protegidos. Ao contrário, sofrem ainda mais a violência, por terem em mãos, as armas."

A taxa de criminalidade no Brasil é uma das mais altas do mundo: aproximadamente 40 mil mortos a cada ano, por armas de fogo. Com 21 pessoas mortas a cada 100 mil/hab e com uma vítima a cada 15 minutos, o Brasil é o segundo, depois da Venezuela, na estatística fornecida pela UNESCO (Organização das NN. UU. para a Educação, a Ciência e a Cultura) sobre vítimas de armas de fogo. (MZ)








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