Com a canonização de cinco bem-aventurados, Bento XVI presidiu na Praça de São Pedro
a Missa de encerramento do Sinodo dos Bispos e do Ano da Eucaristia,neste domingo
em que a Igreja celebra o dia mundial das missões. O Papa recorda o caminho sofrido
da Igreja chinesa que não permanecerá sem fruto.
Dia de festa em Roma, neste Domingo com a conclusão do Sínodo dos Bispos, a Canonização
de cinco novos Santos, a celebração do Dia Mundial das Missões e o encerramento do
Ano da Eucaristia.
A missa de conclusão do Sínodo e do Ano da Eucaristia foi presidida pelo Papa na Praça
de São Pedro. Entre os primeiros santos canonizados neste pontificado de Bento XVI
está Alberto Hurtado Cruchaga, chileno, sacerdote da Companhia de Jesus (1901-1952),
uma das figuras mais destacadas na história da Igreja Católica no Chile.
Dois santos são ucranianos de origem polaca. Um deles, Jozef Bilczewski, arcebispo
de Lviv dos Latinos, foi um ponto de referência para católicos, ortodoxos e judeus
durante a I Guerra Mundial e nos diferentes conflitos que a seguiram.
Desta mesma arquidiocese era Zygmunt Gorazdowski, sacerdote diocesano e pároco: desenvolveu
o seu trabalho em diferentes paróquias e promoveu numerosas obras para sacerdotes,
jovens, enfermos e pobres. Foi autor de um célebre catecismo para o povo, fundou um
novo jornal, várias instituições de beneficência e a Congregação das Religiosas de
São José, para os pobres e os doentes.
Os outros dois antos são italianos: Gaetano Catanoso que fundou as Irmãs Verónicas
do Santo Rosto,e Felice Da Nicosia (Giacomo Amoroso), italiano, leigo da Ordem dos
Frades Menores Capuchinhos que se destacou ao longo de mais de quarenta anos por oferecer
o seu serviço de mendicante realizando um apostolado itinerante.
E no início da sua homilia Bento XVI enumerou os vários motivos de agradecimento e
de súplica a Deus na celebração que presidiu na Praça de S. Pedro. Antes de mais a
conclusão contemporânea do ano da Eucaristia e da assembleia ordinária do sínodo dos
bispos, dedicada precisamente ao mistério Eucarístico na vida e na missão da Igreja,
a canonização de cinco bem-aventurados e o dia mundial das missões, efeméride anual
que desperta na comunidade eclesial o impulso para a missão.
-O caminho sofrido da Igreja chinesa não permanecerá sem fruto. Os padres sejam fiéis
ao celibato que se funda no mistério eucarístico e também os leigos não esqueçam a
coerência entre a vida e a fé, entre as quais não é possível nenhuma dicotomia. Foram
estes os aspectos salientados por Bento XVI na homilia da missa, numa atmosfera tornada
ainda mais solene pela canonização dos primeiros santos do seu pontificado, como já
dissemos, dois italianos, um chileno e dois polacos que trabalharam na Ucrânia.
Para festejar os novos santos,cerca de 30 mil pessoas, congregaram-se de manhã cedo,
na Praça de São Pedro.
Bento XVI que manifestou a própria alegria de presidir pela primeira vez um rito de
canonização e definiu providencial o facto que a Igreja proclame estes santos, recordou
brevemente as vidas dos cinco, e no fim escolheu três temas entre os tantos que ,desde
o passado dia 2 de Outubro até hoje, foram objecto da reflexão do sínodo dos bispos
dedicado á Eucaristia.
O convite do Papa a quatro bispos chineses para tomar parte no Sínodo ficou sem resposta
pela proibição do governo de Pequim. Deste modo Bento XVI manifestou claramente a
própria pena pela falta dos prelados da China continental e sublinhou que “o caminho
sofrido das comunidades confiadas aos seus cuidados pastorais está presente no seu
coração e não permanecerá sem fruto”.
Durante três semanas o Sínodo debateu a escassez de sacerdotes e examinou também a
perspectiva de ordenar homens casados. Mas para o Papa esta não parece ser uma solução.
Convidou os padres a reavivar o seu empenho de fidelidade e recordou que o celibato
se funda no mistério eucarístico. Rápido e claro também sobre um outro tema ao qual
os bispos dedicaram a sua atenção: a coerência entre fé e vida, em particular para
os leigos empenhados na politica, quando se embatem em leis contrárias á ética cristã.
“Também para os leigos a espiritualidade eucarística deve ser o motor interior
de toda a actividade e nenhuma dicotomia é admissível entre a fé e a vida na sua missão
de animação cristã do mundo”
Referindo-se à Liturgia da Palavra deste XXX Domingo do Tempo Comum, no inicio da
sua homilia o Papa tinha salientado que o duplo mandamento do amor de Deus e do próximo
encerra os dois aspectos de um único dinamismo do coração e da vida. Jesus leva a
cumprimento a revelação antiga, realizando em si mesmo e na própria acção salvifica
a síntese vivente das duas grandes palavras da antiga Aliança:”amarás o Senhor teu
Deus com todo o coração, e amarás o próximo como a ti mesmo. Na Eucaristia – disse
Bento XVI – nós contemplamos o Sacramento desta síntese vivente da lei…E este Seu
amor ele comunica-o a nós quando nos alimentamos com o Seu Corpo e Sangue. Então pode
realizar-se em nós o que São Paulo escreve aos Tessalonicenses:”convertestes-vos dos
ídolos para servir a Deus”.
Esta conversão -acrescentou o Papa - é o inicio do caminho da santidade que o cristão
é chamado a realizar na própria vida .