2005-10-19 16:25:45

Bispo responsável por Melilla critica medidas tomadas pelo governo espanhol


O Bispo de Málaga, Diocese responsável pelo enclave de Melilla, criticou duramente as medidas tomadas pelo governo espanhol em relação aos imigrantes subsaarianos que chegam a Espanha pela fronteira marroquina”.
“A decisão de devolver os imigrantes às autoridades de Marrocos é um erro, pode é uma maneira fácil de passar para os nosso vizinhos uma situação de emergência que nos diz respeito”, afirma D. Antonio Dorado, em declarações à agência Veritas.
O prelado pediu às autoridades do seu país que procurem “uma saída digna e humanitária” para todos os imigrantes que chegaram à Espanha, lembrando que “antes de sermos nigerianos, camaroneses, congoleses ou espanhóis, somos pessoas, filhos de Deus, e temos uma dignidade inviolável”.
D. Antonio Dorado deixa uma chamada de atenção aos organismo internacionais, assinalando que alguém deve assumir a responsabilidade “por todos os que se encontram à espera de cruzar as fronteiras de Espanha e Marrocos, porque está em jogo a sua vida e a sua dignidade de homens livres”.
Os problemas nos enclaves espanhóis de Melilla e Ceuta foram abordados em Fátima, pelo Cardeal-Arcebispo de Sevilha, D. Carlos Amigo Vallejo, que presidiu à Peregrinação Internacional de Outubro. O Cardeal, que foi durante anos Arcebispo de Tânger, disse aos jornalistas que, para resolver o problema, "a primeira coisa a fazer é tirar todas as muralhas e construir muitas pontes".
"Temos de contribuir para que haja bem-estar" nos países do norte de África, "para que as pessoas tenham conforto e desenvolvimento e não tenham de sair de suas casas", disse D. Carlos Amigo Vallejo.
Posteriormente, o Fórum de Organizações Católicas para a Imigração (FORCIM) escreveu uma mensagem, publicada pela Agência ECCLESIA,( da conferência episcopal portuguesa) sobre a “continuada e vergonhosa situação de 'crise humanitária' nas fronteiras europeias de Ceuta e Melilla”.
“A Europa, através das suas políticas migratórias securitárias e socialmente minimalistas, tem vindo a tornar, desde há anos, o Mediterrâneo num ‘mar de morte’ e ‘deserto de suplício’ para os imigrantes e refugiados da vizinha África”, acusa o FORCIM.
As organizações católicas asseguram que “situações destas continuarão a acontecer nos próximos meses, se a Europa, em contexto global e de acelerada mundialização das migrações, não se responsabilizar concreta e ‘comunitariamente’ pelo combate às raízes subjacentes à crescente irregularidade dos fluxos migratórios, através de uma urgente gestão da imigração legal, de forma ordenada, humana e participada bilateral e multilateralmente”.







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