2005-10-18 19:22:08

Igreja angolana apela ao diálogo com o clero de Cabinda


O Núncio Apostólico em Angola, D. Angelo Beccio, manifestou hoje a convicção de que o diferendo existente na Diocese de Cabinda, provocado pela contestação à nomeação do novo bispo, possa ser ultrapassado com a "boa vontade" do clero local.
"Esperamos resolver a situação com a boa vontade dos padres e de cada uma das pessoas que se sentem preocupadas com a situação", afirmou D. Angelo Beccio, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o ministro angolano das Relações Exteriores, João Miranda.
O Núncio Apostólico admitiu que o Papa Bento XVI está "preocupado" com a actual situação na Diocese de Cabinda, enclave no norte de Angola, mas frisou esperar que o clero local esteja "animado de boa vontade" para ultrapassar o diferendo.
Esta audiência ocorreu poucos dias depois da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST) ter acusado os padres da Diocese de Cabinda de serem os únicos responsáveis pela suspensão da celebração de missas paroquiais naquele território do norte de Angola.
A suspensão da celebração de missas naquela diocese foi decidida pelo clero local há várias semanas, na sequência do protesto contra a nomeação do novo Bispo. João Paulo II tinha nomeado a 11 de Fevereiro D. Filomeno Vieira Dias, então Bispo Auxiliar de Luanda, como de Bispo de Cabinda, em substituição de D. Paulino Madeca, que resignou por ter atingido o limite de idade.
Esta nomeação gerou fortes protestos entre alguns dos fiéis católicos locais, que reclamam a nomeação de um bispo natural do enclave, e não de Luanda. CEAST já explicou que a contestação se deve mais a motivos políticos do que religiosos.
Num comunicado recente, a CEAST manifestou-se “pronta para o diálogo”, pedindo da parte do clero de Cabinda “o mínimo das condições: boa vontade, acolhimento respeitoso e sinceridade”.







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