Portugal desafiado a reflectir no dia internacional para a erradicação da pobreza
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas
lançam hoje um apelo para que o País coloque a pobreza e a desigualdade no centro
do debate público.
A campanha mundial "Global Call for Action Against Poverty", que em Portugal tem o
nome de "PobrezaZero, assinalou a data com a publicação de um “Manifesto”, no qual
afirma que “o relegar para o passado da pobreza no mundo, passa necessariamente pela
sua erradicação em Portugal”.
“A pobreza, em Portugal, é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se
revelado, ultimamente, um dos maiores entraves à sua erradicação”, refere o documento.
O texto refere que 1 em cada 5 portugueses vive no limiar da pobreza e que 12.4% da
população activa (5531.6) ganha o salário mínimo, entre outros dados. Por outro lado,
as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17% do Produto Interno Bruto Nacional
– 22,4 mil milhões de Euros. O país tem a pior distribuição de riqueza no seio da
União Europeia com os 20% mais ricos a .
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controlar 45.9 por cento da rendimento nacional
“Apelamos ao poder político e económico que reconheça o fenómeno da pobreza como um
terrível problema social e que, com a sociedade civil, encontre soluções adequadas
para a sua progressiva erradicação”, referem as organizações sociais.
O “manifesto conclui-se com a proposta de criação de um Grupo de Trabalho Permanente,
entre a Sociedade Civil organizada, empresas e grupos parlamentares, “para o cumprimento
dos direitos e garantias consignadas, não só na Constituição Portuguesa, mas também
nas Convenções internacionais”.
As organizações subscritoras pedem ainda a criação de um Grupo de Trabalho Permanente,
entre a sociedade civil organizada e os Meios de Comunicação Social, “de forma a debater,
já no próximo ano, a situação dos 20% mais pobres, em Portugal, e a distribuição da
riqueza, em Portugal e no mundo”.