NO ANGELUS, BENTO XVI RECORDA COM CARINHO JPII, NO 27º ANIVERSÁRIO DE SUA ELEIÇÃO
Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - "Contemplativo e missionário": foram os termos
que Bento XVI usou, para definir a inesquecível figura de João Paulo II, no Angelus
desta manhã, data em que se recorda o 27º aniversário da eleição de Papa Wojtyla à
cátedra de Pedro, naquele 16 de outubro de 1978.
Essas características do falecido
Pontífice, segundo Bento XVI, eram o resultado de uma íntima união com Cristo, alimentada
diariamente pela Eucaristia e por prolongados períodos de oração.
"Neste momento
do Angelus, que lhe era tão caro _ concluiu o Papa Ratzinger _ não se pode deixar
de recordá-lo, e é doce fazê-lo neste aniversário, renovando nossa gratidão a Deus,
por ter dado à Igreja e ao mundo, um Sucessor digno do Apóstolo Pedro. Que a Virgem
Maria nos ajude a fazer tesouro de sua preciosa herança."
Naquele 16 de outubro
de 1978, recordou Bento XVI, teve início um dos pontificados mais longos da história
da Igreja, "durante o qual um Papa "vindo de longe" foi reconhecido como autoridade
moral até mesmo pelos não cristãos e pelos ateus, come demonstraram as comoventes
manifestações de afeto por ocasião de sua enfermidade e pelas condolências logo após
a sua morte".
Na cripta sob a Basílica de São Pedro, prosseguem ainda, ininterruptas,
disse o Papa, as peregrinações de tantos fiéis, numa clara demonstração do quanto
João Paulo II foi amado e do quanto ele conquistou o coração das pessoas, particularmente
por seu testemunho de amor e dedicação, no sofrimento.
A propósito do amor
do Papa Wojtyla por Nossa Senhora e pela oração mariana do terço, Bento XVI acrescentou:
"Podemos
definir João Paulo II como um Papa totalmente consagrado a Jesus, por meio de Maria,
como evidenciava o seu brasão pontifício: "Totus tuus" (Todo teu). Foi eleito no coração
do mês do terço, objeto sagrado que, freqüentemente, tinha entre as mãos e que se
tornou um dos símbolos de seu pontificado (...) Através do rádio e da televisão, os
fiéis do mundo inteiro puderam, tantas vezes, unir-se a ele, nessa oração mariana
e, graças a seu exemplo e seus ensinamentos, redescobrir o senso autêntico, contemplativo
e cristológico dessa oração mariana."
===============
A miséria é "um
flagelo contra o qual a humanidade deve combater sem descanso" e aqueles que detêm
em suas mãos o poder de decidir "devem escutar o grito dos pobres". Foi o que disse
o Papa, na saudação que dirigiu aos fiéis e peregrinos de língua francesa, presentes
na Praça São Pedro, referindo-se à celebração, amanhã, do Dia Internacional para a
Erradicação da Pobreza.
Ontem, fora publicada a mensagem de Bento XVI ao Diretor-geral
da FAO (Organização das NN. UU. para a Alimentação e Agricultura), Jacques Diouf,
por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que se celebra hoje, domingo, no 60º aniversário
de criação da própria FAO.
"Nós somos chamados a uma solidariedade maior a
cada dia, para que ninguém seja excluído da sociedade. Rezo pelos pobres, que lutam
com coragem para viver com dignidade (...) Saúdo todos aqueles que se colocam ao serviço
das pessoas necessitadas, ao mesmo tempo em que convido as autoridades civis e aqueles
que detêm o poder em suas mãos, a escutar o grito dos pobres e a intensificar sua
ação na luta contra a miséria."
O Santo Padre dirigiu uma saudação especial
também a um grupo de brasileiros que se encontra na Praça São Pedro... "Saúdo também,
a um grupo de peregrinos brasileiros das dioceses de Umuarama e de Toledo. Invoco
de Deus as melhores bênçãos sobre vós e todas as famílias dos aqui presentes. Rezai
pela Assembléia do Sínodo. A todos abençôo, e confio os vossos caminhos à Virgem Maria." (AF)