João Paulo II evocado pelo seu sucessor, ao Angelus deste domingo, a 27 anos da eleição
A 16 de Outubro de 1978, há portanto 27 anos, era eleito Papa o cardeal Karol Wojtyla,
arcebispo de Cracóvia, João Paulo II. Neste domingo ao meio-dia, ao Angelus, na Praça
de São Pedro, Bento XVI evocou sentidamente o seu antecessor, um Papa “contemplativo
e missionário”, por todos reconhecido como uma “autoridade moral”, mesmo da parte
de não-cristãos e não-crentes.
A peregrinação de fiéis que prossegue, ininterruptamente, desde a sua morte, junto
do túmulo do Papa Wojtyla – observou o actual Pontífice – “mostra eloquentemente
como o amado João Paulo II entrou no coração das pessoas, sobretudo pelo seu testemunho
de amor e de dedicação no sofrimento”.
“Nele pudemos admirar a força da fé e da oração, e uma entrega total a Maria Santíssima,
que sempre o acompanhou e protegeu, sobretudo nos momentos mais difíceis e dramáticos
da sua vida. Poderíamos definir João Paulo II um Papa totalmente consagrado a Jesus
por meio de Maria”.
O terço, que as pessoas viram tantas vezes nas suas mãos, tornou-se “como que um
símbolo do seu pontificado, sobre o qual a Virgem Imaculada velou com materna solicitude”.
“Através da rádio e da televisão, muitíssimas vezes os fiéis do mundo inteiro se puderam
unir a ele na recitação desta oração mariana” “Graças ao seu exemplo e aos seus ensinamentos,
poderam redescobrir o autêntico sentido, contemplativo e cristológico, do Terço do
Rosário”.
“Na realidade – observou ainda Bento XVI - o Rosário não se contrapõe à meditação
da Palavra de Deus e à oração litúrgica; mais ainda, representa um seu complemento
natural e ideal, em particular como preparação e como acção de graças à celebração
eucarística. Cristo encontrado no Evangelho e no Sacramento, nós O contemplamos com
Maria nos diversos momentos da sua vida, nos mistérios gozosos, luminos, dolorosos
e gloriosos. Na escola da Mãe, aprendemos assim a conformar-nos ao seu divino Filho
e a anunciá-lo com a nossa própria vida”. Como fez – ao longo de toda a sua vida –João
Paulo II:
“Contemplativo e missionário: tal foi o amado Papa João Paulo II. Foi-o graças à íntima
união com Deus, quotidianamente alimentada pela Eucaristia e por longos tempos de
oração.” Bento XVI concluiu convidando os fiéis a darem graças a Deus pelo dom que
representou, para a Igreja e para o mundo, um tão digno sucessor do apóstolo Pedro.
Na saudação dirigida aos peregrinos de língua francesa, após a recitação das Ave-Marias,
o Papa recordou a Jornada de luta contra a miséria, que se celebra nesta segunda-feira:
« A miséria é um flagelo contra o qual a humanidade deve lutar incessantemente. Somos
chamados a uma solidariedade cada vez maior, para que ninguém seja excluído da sociedade.
A minha oração acompanha os pobres que lutam corajosamente para viver de modo digno,
preocupados com a sua família e as situações de dificuldade dos seus irmãos.”
Presente, desta vez, na Praça de São Pedro, um grupo de peregrinos brasileiros. Não
faltou uma saudação em português: “Invoco de Deus as melhores bênçãos sobre vós e
todas as famílias dos aqui presentes. Rezai pela Assembleia do Sínodo. A todos abençoo,
e confio os vossos caminhos à Virgem Maria.”