Caracas, 14 out (RV) - O governo venezuelano expulsou ontem, evangélicos norte-americanos
que atuavam nas regiões indígenas do sul do país. Os evangélicos pertencem a um grupo
denominado "Novas tribos". O governo venezuelano alegou que os missionários tinham
vínculos com a CIA (a Central Intelligence Agency, dos EUA).
O Vice-presidente,
José Vicente Rangel, assegurou que a decisão do Presidente Hugo Chávez, de expulsá-los
"foi baseada num relatório da inteligência", que mostrou que a soberania estaria em
risco com a presença dos missionários.
Chávez anunciou a expulsão, depois de
"sentir vergonha" ao ler um comunicado militar sobre a atuação dos missionários evangélicos
entre as populações indígenas. "Não entendo como isso pôde ocorrer na Venezuela" _
afirmou Chávez que, em agosto, foi alvo de críticas por parte de um pastor evangélico
norte-americano que pediu que o Presidente fosse assassinado.
Segundo Rangel,
até o Cardeal venezuelano, Rosalio José Castillo Lara, grande crítico de Chávez, "deu
seu apoio" ao Presidente, ao afirmar que há 20 anos, a Igreja Católica vinha pedindo
a saída do grupo "Novas tribos".
O apoio do Cardeal Castillo Lara é "uma demonstração
de que a decisão tem um amparo muito mais amplo do que se possa pensar" _ afirmou
Rangel.
O jornal local "El Nacional" afirma hoje, que o grupo "Novas tribos"
recebe apoio financeiro do governo dos Estados Unidos e foi acusada por organizações
ambientalistas, de maltratar os indígenas das comunidades da América Central e do
Sul, onde atuam. (BF)