A Santa Sé condenou na ONU todas as formas de violência contra as mulheres, incluindo
“a violência doméstica e práticas tradicionais muito danosas”, como o infanticídio
feminino e o aborto selectivo em muitos países”.
O Núncio nas Nações Unidas, D. Celestino Migliore, falava numa sessão especial da
Assembleia Geral dedicada ao tema “Mulheres 2000: igualdade, desenvolvimento e paz
no século XXI”. A Santa Sé manifestou-se pronta para colaborar “com todas as pessoas
de boa vontade que dão prioridade às políticas sociais que procuram eliminas as causas
da violência” contra as mulheres.
A prostituição feminina e o “crescente” tráfico de mulheres e crianças aparecem entre
as preocupações apresentadas pelo representante católico, denunciando as correntes
de pensamento que “consideram a mulher como um objecto a ser explorado, não como uma
pessoa humana com direitos iguais”. Entre outras questões, D. Migliore falou da “feminização
da pobreza” e da “iletracia” como desafios a superar pela comunidade internacional.
O observador permanente da Santa Sé na ONU defendeu ainda que “é necessário resolver
o mais rapidamente problema o problema das necessidades específicas dos cuidados de
saúde para as mulheres”. O relatório anual do Fundo das Nações Unidas (FNUAP), ontem
divulgado, referia que em cada minuto que passa uma morre mulher "por problemas relacionados
com a gravidez".
“É claro que há muito a ser feito para o pleno progresso da mulher no mundo de hoje,
Esperamos que as Nações Unidas desempenhem um papel importante na concretização das
suas legítimas aspirações”, concluiu o representante católico.