Santa Sé saúda Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos
A Santa Sé congratulou-se pela aprovação, em Paris, da Declaração Universal de Bioética
e Direitos Humanos. O texto foi homologado na 33ª Conferência Geral da Organização
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e abrange não só a área
médica e biotecnológica, mas também questões ligadas à vida humana, como a inclusão
social, o acesso à saúde e a medicamentos e questões ambientais.
Para o observador permanente da Santa Sé na UNESCO, D. Francesco Follo, mostrou-se
satisfeito pelo acolhimento que tiveram as propostas da Igreja, “sinal da nova abertura
que os vários países da UNESCO têm em relação à Igreja Católica”.
O documento tem atrás de si 4 anos de trabalho e gerou o consenso entre 197 países
relativamente a princípios comuns no campo da bioética. Este “passo em frente” fica
marcado, apesar disso, pela falta de acordo sobre questões específicas como a eutanásia
e o encarniçamento terapêutico.
“O risco é que, quando se quer um consenso, se procurem apenas os consensos da maioria
e fiquemos sempre pelo nível mais baixo. Importante é perceber que nem tudo, muito
menos o aspecto ético, se pode resolver com o consenso”, disse D. Follo à Rádio Vaticano.
Em jeito de brincadeira, o prelado lembra que, quando se tratou de escolher entre
Jesus e Barrabás, “o consenso escolheu Barrabás”.
“É preciso resolver as questões com argumentos da razão, uma razão bem informada,
tanto a nível político como a nível da ética”, sustentou.
O representante da Santa Sé defende que o homem não pode ser tratado como “material
de laboratório”, referindo que a Igreja Católica “propõe um humanismo novo e integral”.