Intervenção do bispo de Hong Kong no Sinodo: os católicos chineses estão unidos
O Bispo de Hong Kong, D. Joseph Zen Ze-Kiun, sublinhou nesta quarta feira no Sínodo
dos Bispos que as duas Igrejas Católicas na China – a “oficial”, ligada ao regime
comunista, e a “Clandestina”, ligada à Santa Sé – estão “unidas na fé”, declarando
que elas formam, de facto, “uma só Igreja”.
“Todos querem estar unidos ao Papa”, assegurou D. Zen, uma das figuras mais respeitadas
pelos católicos do país. O prelado agradeceu ainda a “magnanimidade” do Papa, que
“legitimou a grande maioria dos Bispos clandestinos”.
Para o Bispo de Hong Kong, a normalização da situação depende da vontade de elementos
“conservadores” no interior da Associação Patriótica Católica, reconhecida pelo governo,
que oferecem resistência a um entendimento entre a China e a Santa Sé.
“O convite do Santo Padre a quatro Bispos para este Sínodo era uma boa oportunidade,
mas parece que foi, infelizmente, desperdiçada”, lamentou.
Já segunda-feira o Bispo de Taiwan, D. Lin-Chi-Nan, fora brindado pela assembleia
sinodal com uma salva de palmas. O prelado apontou o dedo às “enormes dificuldades
na pastoral da evangelização” na China. Após indicar que o número de católicos na
China continua a crescer, D. Lin-Chi-Nan advertiu para “a falta de liberdade religiosa,
por causa da qual a Igreja corre o risco de dividir-se”.
Além da questão chinesa, esta quarta feira ficou marcada pela intervenção do Cardeal
George Pell, Arcebispo de Sydney, sobre o tema do celibato sacerdotal, considerando
que seria um erro “desvalorizar esta antiga tradição”, algo que não resolveria, do
seu ponto de vista, “o declínio de vocações”. O Cardeal Pell pediu ainda que o Sínodo
fale com clareza do papel dos ministros especiais da Eucaristia, que a presidem na
ausência de padres, para marca as diferenças existentes.
O Superior Geral da Congregação da Paixão de Jesus Cristo pediu, por seu turno “mais
espaço às mulheres na Igreja e na Liturgia”. O Pe. Ottaviano D’Egidio deu como exemplo
a figura de Maria, que João Paulo II definiu como “mulher eucarística”.