Relatório da ONU sobre a emigração: o drama dos irregulares
Cerca de 500 mil imigrantes ilegais chegam todos os anos à Europa, onde vivem cerca
de 56 milhões de estrangeiros, revela um relatório da
Comissão Mundial sobre as Migrações Internacionais
(CMMI
De acordo com o documento da comissão das Nações Unidas, dos 56 milhões de imigrantes
pelo menos cinco milhões (dez por cento) encontram-se em situação irregular.
O documento adianta igualmente que nos Estados Unidos vivem cerca de 10 milhões de
ilegais.
O relatório, que faz um balanço dos dois anos de actividade da
CMMI
, refere que três por cento da população mundial é imigrante e aponta para a existência
de cerca de 200 milhões de imigrantes em todos os países do mundo, o equivalente à
população do Brasil.
Quase metade (48,6 por cento) da população imigrante é constituída por mulheres, que
opta na sua maioria por viver em países desenvolvidos.
Depois da Europa, que acolhe cerca de 56 milhões de imigrantes, é nos Estados Unidos
onde reside o maior número de estrangeiros: 35 milhões.
As Nações Unidas chamam a atenção para a importância da imigração para o impacto demográfico,
sublinhando que sem os imigrantes a população na Europa tinha sofrido um decréscimo,
entre 1995 e 2000, de mais de quatro milhões de pessoas.
O mesmo documento das Nações UNidas sublinha que entre 600 a 800 mil pessoas são traficadas
anualmente, um negócio que rende aos traficantes cerca 82 biliões de euros em cada
ano.
Por outro lado, o relatório refere que a diáspora chinesa está estimada em 35 milhões
de pessoas, a diáspora indiana em 20 milhões e a diáspora filipina em sete milhões.
O documento da ONU da Comissão Mundial sobre as Migrações Internacionais destaca ainda
o enorme contributo dos imigrantes na economia mundial ao apontar dados do Banco Mundial
que realçam os 240 biliões de dólares (cerca de 200 biliões de euros) gerados pelas
remessas.
A
CMMI
apela às organizações internacionais relacionadas com a migração, nomeadamente o Programa
de Desenvolvimento das Nações Unidas, o Banco Mundial e a Organização Internacional
das Migrações, para que criem condições no sentido de se eliminar os mitos em torno
da imigração.