CHINA: ASSOCIAÇÃO PATRIÓTICA BUSCA DISTANCIAR IGREJA OFICAL DA SANTA SÉ, AFIRMA ASIANEWS
Pequim, 07 out (RV) - A Associação Patriótica (AP - organismo que controla
as atividades da Igreja Católica oficialmente reconhecida na China, cuja hierarquia
é nomeada pelo PCChinês) lançou uma campanha, exigindo obediência, por parte dos fiéis
e do clero da Igreja Católica "oficial", e condenando sua fidelidade à Igreja de Roma
e ao Papa.
A informação é da agência missionária de notícias _ AsiaNews _ que
cita fontes chinesas, as quais teriam confirmado que o Secretário-geral da Associação
Patriótica, Liu Bainian, organizou encontros com sacerdotes das dioceses das regiões
de Sichuan e Guangdong, para chamá-los à ordem, ou seja, à obediência aos ditames
do PCChinês e a não seguirem as indicações da Santa Sé, particularmente no que concerne
à nomeação dos candidatos ao Episcopado.
Como parte dessa campanha, teria sido
negada a autorização para que os quatro bispos chineses convidados pelo Santo Padre,
viessem participar da assembléia sinodal em curso no Vaticano.
Nos meses passados,
as nomeações do Bispo Auxiliar de Xangai e do Bispo Coadjutor de Xian foram feitas
pela Santa Sé e tacitamente aceitas por Pequim. Logo após a consagração de Dom Joseph
Xing Wenzhi, Bispo Auxiliar de Xangai, a "Associação Católica Patriótica" buscou desmentir
o tácito acordo entre a Santa Sé e Pequim, reivindicando a autonomia da decisão.
A
Associação Patriótica é um organismo criado por decisão de Mão Tsé-tung, para controlar
a Igreja Católica (membros do clero, finanças, educação, publicações e nomeações dos
bispos). Mesmo não sendo um organismo religioso, a Associação Patriótica apresenta-se
como "supervisora" da Igreja, por conta do PCChinês.
Nos últimos 10 anos, registrou-se
uma reaproximação dos bispos da Igreja Católica "oficial" à Santa Sé (mais de 85%
de seus prelados reconciliou-se com o Papa), o que evidencia uma falência na política
de autonomia defendida pela Associação Patriótica, desde 1957.
Depois que o
Vaticano divulgou as nomeações pontifícias para esta assembléia sinodal, sobre a Eucaristia,
Liu Bainian definiu como "falta de cortesia" do Vaticano, que deveria ter endereçado
o convite à Associação Patriótica e ao Conselho dos Bispos Chineses (uma espécie de
Conferência Episcopal, sempre controlada pela AP). (AF)