Homenagem de Bento XVI ao teólogo Hans Urs von Balthasar
Numa mensagem dirigida aos participantes do Congresso Internacional “Só o amor é digno
de fé”, a decorrer na Universidade Pontifícia Lateranense de Roma, o Papa junta-se
às comemorações do centenário do nascimento de Urs von Balthasar, “insigne teólogo
que tive a alegria de conhecer e frequentar”.
“A sua reflexão teológica mantém intacta, até hoje, uma profunda actualidade, levando
ainda muitas pessoas a aventurar-se cada vez mais na profundidade do mistério da fé”,
aponta, lembrando a “sincera amizade” que os unia.
“A fundação da revista ‘Communio’, no seguimento do Concílio Vaticano II, permanece
como o sinal mais evidente do nosso compromisso comum na pesquisa teológica”, lembrou
Bento XVI.
Falando na “riqueza da teologia de von Balthasar”, o Papa assinalou que o teólogo
suíço “fez do mistério da Encarnação o objecto privilegiado do seu estudo, vendo no
triduum paschale
– como significativamente intitulou um dos seus escritos – a forma mais expressiva
da manifestação de Deus na história do homem”.
“Deus faz-se homem para que o homem possa viver a comunhão de vida com Deus”, sintetizou.
O Papa apontou a trilogia “estética teológica, dramática e lógica” como o espaço de
aplicação dos conceitos da teologia de von Balthasar.
“Hans Urs von Balthasar foi um teólogo que colocou a sua investigação ao serviço da
Igreja, porque estava convencido de que a teologia apenas podia ser conotada com a
eclesialidade. A teologia, como ele a concebia, devia ser conjugada com a espiritualidade:
só assim, de facto, pode ser profunda e eficaz”, indicou Bento XVI.
Elogiando o exemplo de vida do teólogo suíço, o Papa concluiu com uma homenagem “a
um homem de fé, um sacerdote que na obediência e no escondimento não procurou nunca
a afirmação pessoal, mas em pleno espírito inaciano, desejou sempre a maior glória
de Deus”.