A tragédia dos emigrantes mortos nos enclaves espanhóis preocupa a Igreja
Seis imigrantes foram mortos esta madrugada quando tentavam entrar clandestinamente
no enclave espanhol de Melilla. Em Madrid foi decidida a expulsão imediata para Marrocos
de pelo menos 70 imigrantes ilegais.
O diário espanhol "El Mundo" indica que perto de mil imigrantes aproximaram-se da
zona, mas a polícia marroquina, em colaboração com a Guarda Civil espanhola, acabou
por dispersá-los antes que chegassem a Melilla, com recurso a gás lacrimogéneo e balas
de borracha.
Há cerca de uma semana, numa acção semelhante ocorrida no outro enclave espanhol de
Ceuta, cinco imigrantes foram mortos ao tentarem entrar clandestinamente no território.
Desde o início do Verão, 14 imigrantes ilegais morreram quando tentavam entrar nos
enclaves espanhóis.
A crise tem preocupado a Igreja Católica, em particular o Secretariado das Migrações
da Diocese de Cádiz e Ceuta, que já manifestou a sua consternação perante estas mortes.
“A vida de qualquer pessoa humana é sagrada e não há nada que possa justificar estas
perdas lamentáveis de seres humanos”, escreve este organismo eclesial.
Segundo os responsáveis do secretariado, a pressão migratória de cidadãos provenientes
de diversos países africanos nestas zonas fronteiriças “é um sinal dos graves problemas
de injustiça, desigualdade, pobreza e doenças”.
Ecclesia