2005-10-06 19:47:10

SÍNODO: BISPOS RELEMBRAM PERSEGUIÇÕES DOS COMUNISTAS


Cidade do Vaticano, 06 out (RV) - Um dos momentos de maior comoção na Assembléia do Sínodo verificou-se nesta quinta-feira, durante a intervenção do Bispo romeno Lucian Mureşan, Arcebispo de Fagaras e Alba Julia, e Presidente da Conferência Episcopal Romena. Dom Mureşan lembrou a perseguição sofrida pela Igreja em seu país, durante o regime comunista.

O prelado voltou atrás no tempo, para contar aos padres sinodais, o processo de reeducação marxista a que foram submetidos os sacerdotes católicos da Romênia. Entre as imposições dos comunistas, estavam a prisão de fiéis, pelo simples motivo de serem católicos e a profanação e a ridicularização da missa.

As celebrações eucarísticas continuaram a se realizar, mas os sacerdotes tinham de usar uma colher no lugar do cálice sagrado e precisavam misturar água com grãos de uva para simular o vinho.

Hoje, porém _ ressaltou Dom Lucian Mureşan _ "os filhos de Deus famintos do pão eucarístico, vivem em liberdade na Romênia" e são freqüentadores assíduos das liturgias. Cerca de 80% dos fiéis participam das missas, num país em que os católicos são somente 12% da população.

"No nosso país, os comunistas deram ao homem somente o pão material e buscaram tirar da sociedade e do coração das pessoas, o pão de Deus. Agora, vemos que eles tinham grande medo do Deus presente na Eucaristia" _ desabafou Dom Mureşan, que recebeu os aplausos e a solidariedade da assembléia sinodal.

A Igreja no Vietnã também foi vítima das limitações impostas pelos comunistas, segundo o depoimento de Dom Pierre Trân Dinh Tu, Bispo de Phú Cuong. Embora os comunistas vietnamitas permaneçam no poder, o prelado relatou aos padres sinodais o mesmo fenômeno de alta freqüência às missas, observado na Romênia.

Da Turquia, onde também há algumas restrições à liberdade de culto, os padres sinodais receberam o relato do Vigário Apostólico na Anatolia, Dom Luigi Padovese. Em entrevista à Rádio Vaticano, o prelado contou que a Eucaristia ganhou em seu país o caráter de ecumenismo.

"A Turquia, como terra de antiga memória cristã, apresenta uma pluralidade de situações em relação à Eucaristia. Nas nossas celebrações, comparecem cristãos não somente latinos, mas também armênios, caldeus, sírio-católicos e ortodoxos. A Eucaristia torna-se, para nós, o único momento significativo de agregação, não só entre os católicos, mas entre todos os cristãos." (RW)







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