SÍNODO: BISPOS ENTRAM NA FASE DO DEBATE NOS GRUPOS LINGÜÍSTICOS
Cidade do Vaticano, 05 out (RV) – A agenda do terceiro dia da XI Assembléia
Sinodal, hoje, no Vaticano, teve como destaque o encontro dos grupos lingüísticos.
Os 256 padres sinodais dividiram-se em seis grupos, cada qual com discussões e debates
num dos seis idiomas oficiais do encontro. O Papa não participou dos trabalhos da
parte da manhã, devido à Audiência Geral das quartas-feiras.
Ao fim do encontro
dos grupos lingüísticos, esta tarde, os porta-vozes dos padres sinodais anunciaram
a decisão de resumir o conteúdo das intervenções livres de cada padre, durante os
debates, sem fornecer mais detalhes sobre as participações.
A decisão de não
revelar as opiniões dos padres sinodais à imprensa seria uma forma de deixar os participantes
da Assembléia do Sínodo mais livres para intervir.
As intervenções livres têm
uma hora de tempo para ser feitas, ao fim dos trabalhos e representam uma das novidades
introduzidas por Bento XVI. Os bispos logo demonstraram interesse pela idéia e, em
apenas dois dias de encontros, 25 deles se inscreveram para falar.
Nesta quarta-feira,
repercutiu intensamente na imprensa italiana, a intervenção de ontem, do novo Prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, o Arcebispo Dom William Levada. Ele condenou
os políticos italianos que defendem a prática do aborto.
No balanço desses
três dias da Assembléia do Sínodo, alguns dos temas centrais do encontro foram o reduzido
número de padres; a dificuldade dos divorciados e casados pela segunda vez que não
podem comungar; e a diversidade de estilos na condução dos ritos eucarísticos. (RW)
Outro
ponto relevante abordado nos trabalhos da Assembléia do Sínodo foi o declínio da confissão.
Um dos participantes a tratar do tema foi o Bispo de Vilkaviskis, Lituânia, Dom Rimantas
Norvila, que colocou em debate uma realidade da Igreja no Ocidente, especialmente
no Brasil.
Na opinião do prelado, o enfraquecimento da confissão fragiliza
as relações dos fiéis com suas comunidades e faz com que os cristãos procurem satisfazer
sua necessidade de religião, por meio do esoterismo. Dom Norvila alertou que a fé
cristã e a prática eucarística já começam a perder espaço para o ocultismo.
"Como
vemos na sociedade moderna _ observou Dom Norvila _ existem muitas pessoas adeptas
da prática esotérica, da magia, do ocultismo. Isso permite que essas pessoas criem
laços sociais que afastam os fiéis da Igreja, do pensamento católico e fragilizam
a fé." (RW)