Um convite a fugir da idolatria das coisas materiais e do poder foi dirigido por Bento
XVI durante a audiência geral desta quarta feira, na Praça de S. Pedro.
Comentando, na parte dedicada á catequese, os versículos do salmo 134, o Papa sublinhou
como deste canto com tonalidade pascal, emerge a idolatria, expressão de uma religiosidade
desviada e enganadora. De facto – acrescentou – o ídolo nada mais é senão uma obra
das mãos do homem, um produto dos desejos humanos”.
O destino de quem adora estas realidades mortas – prosseguiu Bento XVI é tornar-se
semelhantes a elas, impotente, frágil, inerte. Nestes versículos está representada
com limpidez a tentação eterna do homem de procurar salvação na obra das suas mãos,
colocando a sua esperança na riqueza, no poder, no sucesso.
A esta realidade é contraposta a acção salvifica da liturgia como lugar privilegiado
para a escuta da palavra divina. Deus e o homem – sublinhou ainda Bento XVI – encontram-se
num abraço de salvação, que encontra a sua realização precisamente na celebração litúrgica.
Esta a saudação do Papa em língua portuguesa:
A minha saudação
deferente e agradecida aos membros da Delegação da Casa Real de Portugal guiada pelo
Infante Dom Henrique de Bragança, e também ao comandante do Navio-Escola «Brasil»
com seus oficiais, cadetes e tripulação, em visita hoje à barca de Pedro. Cruzai os
mares da vida guiados pela mão de Deus, sulcai os dias com a eternidade no horizonte:
tais são os votos que formulo para vós e demais peregrinos presentes, nomeadamente
os grupos vindos de Bento Gonçalves e Botucatu. Todos vós que temeis o Senhor, bendizei
o Senhor!
Durante a audiência
geral, falando em polaco, Bento XVI quis recordar o seu predecessor João Paulo II,
a seis meses da sua morte, afirmando que o seu magistério e o testemunho da sua vida
permanecem importantes e actuais. E confiou a causa da beatificação de João Paulo
II á recitação do terço do rosário.