NO LAOS, BOMBAS QUE NÃO EXPLODIRAM SÃO PESADELO PARA CAMPONESES
Vientiane, 03 out (RV) - Nos jardins e nos campos do Laos, permanecem enterradas
numerosas bombas norte-americanas intactas. Algumas vezes, os camponeses tentam desenterrá-las
para vendê-las. Elas explodem, lançando centenas de pedaços de metal em todas as direções,
a uma velocidade de dois km/seg.
O aumento dos preços do aço e da procura por
pedaços de alumínio dos aviões norte-americanos caídos, de peças de artilharia e do
metal que envolve as bombas, fez crescer significativamente o número de explosões
e dos mortos, especialmente na província de Xieng Khuang.
Um camponês pode
ganhar 12 mil dólares por ano com essa atividade. Pelo cilindro de bombas, são pagos
1.600 kip o kg e pelo explosivo extraído das bombas e que é usado nas minas, são pagos
50 mil kip o kg.
O diretor de um orfanato da província de Xieng Khuang, contou
à agência missionária de notícias, AsiaNews, que grande parte das 130 crianças das
quais cuida, perdeu seus pais em explosões.
O sul do Laos sofreu os maiores
bombardeios da história em 1973. Fala-se de 580 mil ataques aéreos, com o lançamento
de dois milhões de toneladas de explosivos, sobretudo na província de Xieng Khuang.
Segundo estimativas, 30% das bombas não explodiram e no país existem ainda 9 milhões
de bombas enterradas ou perdidas.
Um ex-dirigente do "Mines Action Group" do
Laos _ um grupo que trabalha na desativação de minas terrestres _ informou que "os
camponeses conhecem o perigo, porém recolhem as bombas para vendê-las, porque estão
desesperados para comprar alimentos para a família". Além de o trabalho ser mal remunerado,
torna-se perigoso até mesmo cultivar os campos, com todos esses explosivos enterrados.
(JE)