2005-10-04 16:53:13

NO LAOS, BOMBAS QUE NÃO EXPLODIRAM SÃO PESADELO PARA CAMPONESES


Vientiane, 03 out (RV) - Nos jardins e nos campos do Laos, permanecem enterradas numerosas bombas norte-americanas intactas. Algumas vezes, os camponeses tentam desenterrá-las para vendê-las. Elas explodem, lançando centenas de pedaços de metal em todas as direções, a uma velocidade de dois km/seg.

O aumento dos preços do aço e da procura por pedaços de alumínio dos aviões norte-americanos caídos, de peças de artilharia e do metal que envolve as bombas, fez crescer significativamente o número de explosões e dos mortos, especialmente na província de Xieng Khuang.

Um camponês pode ganhar 12 mil dólares por ano com essa atividade. Pelo cilindro de bombas, são pagos 1.600 kip o kg e pelo explosivo extraído das bombas e que é usado nas minas, são pagos 50 mil kip o kg.

O diretor de um orfanato da província de Xieng Khuang, contou à agência missionária de notícias, AsiaNews, que grande parte das 130 crianças das quais cuida, perdeu seus pais em explosões.

O sul do Laos sofreu os maiores bombardeios da história em 1973. Fala-se de 580 mil ataques aéreos, com o lançamento de dois milhões de toneladas de explosivos, sobretudo na província de Xieng Khuang. Segundo estimativas, 30% das bombas não explodiram e no país existem ainda 9 milhões de bombas enterradas ou perdidas.

Um ex-dirigente do "Mines Action Group" do Laos _ um grupo que trabalha na desativação de minas terrestres _ informou que "os camponeses conhecem o perigo, porém recolhem as bombas para vendê-las, porque estão desesperados para comprar alimentos para a família". Além de o trabalho ser mal remunerado, torna-se perigoso até mesmo cultivar os campos, com todos esses explosivos enterrados. (JE)







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