2005-10-04 19:50:50

INÍCIO DO RAMADÃ E ANO NOVO JUDEU: FESTAS RELIGIOSOS IRMANAM JUDEUS E MUÇULMANOS


Jerusalém, 04 out (RV) - Nem o "muro de separação" entre Israel e os territórios palestinos pôde dividir a lua na noite que passou: uma singular coincidência de calendário e o aparecimento da lua nova uniram os dois povos da Terra Santa. Os israelenses iniciam os ritos de fim de ano, enquanto a maioria dos palestinos (e o bilhão e 250 milhões de muçulmanos no mundo), celebram início do Ramadã.

O Ramadã é um evento do Islamismo que não tem data fixa, pois se celebra no nono mês do calendário muçulmano. Acredita-se que no mês do Ramadã, o Alcorão - o livro sagrado do Islamismo _ foi enviado do céu como uma orientação aos homens e como um meio para sua salvação. Durante este mês, os muçulmanos jejuam, se concentram na sua fé e gastam menos tempo nas suas preocupações cotidianas. É um período de adoração e contemplação.



Durante o mês do Ramadã, a vida cotidiana dos muçulmanos sofre restrições rígidas: não é permitido comer ou beber durante as horas de luz, além de ser proibido também, fumar e manter relações sexuais. Ao término de cada dia, o jejum é finalizado com uma oração e uma refeição chamada "iftar".

Nas horas (da noite) depois do "iftar", é habitual que os muçulmanos saiam com a família, para visitar amigos e familiares. O jejum é retomado na manhã seguinte.

De acordo com o Alcorão, a pessoa pode comer e beber a qualquer hora durante a noite, "até que ela possa distinguir uma linha branca de uma linha preta, pela chegada da luz do sol, da luz do dia. Então, ela deve manter o jejum até à próxima noite chegar".

O bem feito pelo jejum pode ser destruído através de cinco situações: contar uma mentira, caluniar, denunciar uma pessoa pelas costas, prestar juramente falso, ser ganancioso ou cobiçar as coisas alheias. Essas atitudes são, habitualmente, consideradas ofensivas, mas é muito mais ofensivo cometê-las durante o jejum do Ramadã.

Ainda durante esse período, é comum que os muçulmanos vão à mesquita, onde transcorrem várias horas rezando e estudando o Alcorão. Além das cinco orações diárias, durante o Ramadã os muçulmanos recitam uma oração especial _ a Taraweeh (Oração Noturna). Alguns muçulmanos passam a noite inteira em oração.

Já o Rosh Hashaná _ o Ano novo judaico _ é o Dia do julgamento, no qual Deus determina o destino de cada um para o ano que se inicia.

Segundo a tradição, o mundo foi criado no Tishrei _ o sétimo mês do calendário judaico. Adam (Adão) e Chava (Eva) foram criados no primeiro dia desse mês, que foi o sexto dia da criação, e é a partir de então que o ano se inicia.

A parte principal do ofício de Rosh Hashaná é o toque do shofar, o chifre de carneiro, que desperta as pessoas para o arrependimento. Cada lua nova é anunciada e abençoada na sinagoga no Shabat (o dia do descanso e de oração para o judeu) anterior. Desde o pôr-do-sol de ontem, os judeus estão no ano 5.766.

O Ano novo dos judeus e o início do mês de oração e de jejum para os muçulmanos (Ramadã) abrem-se, este ano, com a consciência de que no último ano solar, as vítimas dos conflitos entre os dois povos se reduziram: nos últimos doze meses, quarto ano da Intifada, 481 pessoas morreram, no ano "menos sangrento" desde o início da rebelião, em 2000.

As forças de segurança de Israel mataram 425 palestinos _ uma média de 35 por mês. E os milicianos palestinos provocaram a morte de 56 israelenses ou estrangeiros _ uma média de cinco vítimas por mês. (CM)







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