MENSAGEM DO PAPA AOS BISPOS EUROPEUS REUNIDOS EM ROMA PARA DISCUTIR SOBRE O FUTURO
DO VELHO CONTINENTE
Cidade do Vaticano, 30 set (RV) - O 40º aniversário de conclusão do Concílio
Vaticano II, que se celebra este ano, e a iminência da abertura do Sínodo dos Bispos,
no próximo dia 2 de outubro, marcaram a abertura da assembléia plenária do Conselho
das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), iniciada ontem, em Roma.
O Papa
enviou uma mensagem aos presidentes dos 34 episcopados europeus reunidos, na qual
ressalta o valor do Concílio Vaticano II. Na mensagem, assinada pelo Cardeal Secretário
de Estado, Angelo Sodano, Bento XVI retoma os temas que estão no centro do encontro:
a lição conciliar para a Igreja de hoje e para a sociedade na Europa, 40 anos após
a conclusão do Concílio ecumênico Vaticano II; o papel da evangelização numa época
na qual a queda da Cortina de Ferro estimulou a tomada de responsabilidade em relação
às populações do leste; e o binômio entre evangelização e diálogo, considerando as
oportunidades oferecidas pela catequese, pela formação e pelos meios de comunicação
social.
O Santo Padre ressalta que, na Europa, onde aumentou o pluralismo religioso
e onde é forte o crescimento da presença de muçulmanos, é ainda mais importante e
urgente para os cristãos, "tomar consciência do fato que o Evangelho não pode ser
mantido para si".
Após a leitura da mensagem, foram recordados eventos fundamentais
dos últimos meses, como o falecimento de João Paulo II, a eleição de Bento XVI, os
atentados terroristas em Londres e os dramas provocados pela passagem do furacão Katrina,
nos EUA.
No que concerne à Europa, foi ressaltado que o êxito negativo do referendo
na França e na Holanda, sobre a Constituição Européia, deve estimular um debate mais
rico sobre a União Européia.
Em seu pronunciamento, o Presidente do Conselho
das Conferências Episcopais da Europa, Dom Amédée Grab, examinou, em particular, o
papel da Igreja hoje e na Europa.
O prelado ressaltou que "a Igreja deve testemunhar,
deve descobrir as necessidades do momento presente e, em seguida, procurar respondê-las.
Deve dar as respostas de sempre, numa linguagem que, porém, corresponda às necessidades
de hoje" _ frisou Dom Grab. (RL)