2005-10-03 19:12:49

Sinodo iniciou os seus trabalhos com reflexão alargada sobre as grandes questões da Igreja


A XI Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos começou esta manhã os seus trabalhos com uma reflexão alargada sobre as grandes questões da Igreja. O tema é “A Eucaristia: fonte e cume da vida da Igreja.
256 Bispos de 118 países, reunidos no Vaticano até ao próximo dia 23 de Outubro vão sublinhar a importância da celebração eucarística, sobretudo nas assembleias dominicais, reforçando a mobilização das comunidades católicas desenhada por João Paulo II aquando da convocação do Ano da Eucaristia – que simbolicamente se encerra no último dia do Sínodo.
A assembleia sinodal vai lançar um olhar em profundidade a muitos aspectos pastorais relacionados com a Eucaristia, mas não só. O primeiro grande evento eclesial após a eleição de Bento XVI é uma oportunidade privilegiada para discutir os assuntos que mais preocupam a Igreja e procurar novas respostas, apesar do carácter consultivo do Sínodo.
Os assuntos que podem entrar na discussão são muitos. Do ponto de vista litúrgico é quase certo que a questão dos “abusos” estará em cima da mesa , mas sobretudo falar-se-ã da beleza er grandeza da Eucaristia. Temas como a presença real de Cristo na Eucaristia não irão deixar de marcar presença na assembleia, seguindo as orientações do “Instrumentum Laboris” apresentado este ano.
Nesse documento, ponto de partida das reflexões, é repetido que Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia e que, por isso, o Sacramento deve ser tratado com dignidade e partilhado apenas com os que têm a mesma fé. O problema principal é que os católicos perderam consciência da riqueza da celebração dominical e da participação na Eucaristia – bem como das implicações desta celebração na evangelização, na caridade e na justiça social.
O texto insiste na unidade entre “o ensinamento da Igreja e a vida moral”, seja na esfera pessoal, seja nos campos culturais e da vida social. “Na liturgia o homem não olha para si, mas para Deus; não é o nosso louvor, mas a sua acção que faz a Eucaristia”, precisa.
Grandes preocupações
Para além desta base de trabalho, contudo, é certo que vários Bispos venham a apresentar problemas pastorais específicos, como a falta de padres ou a questão dos divorciados que voltaram a casar.
Essa ideia esteve presente na “Relatio ante Disceptationem (Relatório antes da discussão)” apresentada pelo Cardeal Angelo Scola, Relator Geral do Sínodo. O Patriarca de Veneza introduziu os trabalhos com uma grande intervenção, na qual se destacou o olhar lançado às questões mais “mediáticas” que a Igreja vive nos nossos dias.
Sobre a possível ordenação de homens casados, na ordem do dia por causa da falta de padres, o relatório sublinha que o celibato tem como base “profundos motivos teológicos”, apesar de reconhecer que a crise vocacional assume “proporções extremamente graves” de que são testemunhas numerosos Bispos.
O Cardeal Scola defendeu o “valor profético e educativo do celibato” e sustentou que a Igreja não pode resolver esta questão “como uma empresa que se tem de dotar de uma determinada quota de quadros dirigentes”.
Outro dos assuntos sensíveis abordados foi a situação dos católicos divorciados que voltaram a casar, com o Patriarca de Veneza a referir que a solução passa por uma melhor preparação para o matrimónio e pela extensão, quando necessário, dos processos de nulidade nos tribunais eclesiásticos.
Sobre as implicações da vivências da Eucaristia na vida pública, o Cardeal Scola desafiou os católicos a construir “uma nova ordem mundial” que possa garantir a todos os povos “a possibilidade de um desenvolvimento equilibrado”.







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