Pequim, 29 set (RV) - O governo de Hebei, China, lançou uma nova ofensiva contra
a Igreja Católica chamada "clandestina" em toda a região. A Igreja Católica assim
denominada, não aceita os ditames do Partido Comunista e permanece fiel a Roma e ao
Papa.
A agência de notícias AsiaNews denuncia que, apesar dos sinais
de progresso registrados nas relações entre China e Vaticano, a campanha do governo
de Hebei tem como objetivo, registrar os católicos, sobretudo bispos e sacerdotes,
no Escritório Estatal de Assuntos Religiosos, ou seja, na Associação Católica Patriótica,
que seria a Igreja Católica "oficial", porque controlada pelo governo de Pequim.
Na
China, o governo permite a prática religiosa, mas exclusivamente com pessoal reconhecido
e em lugares registrados na Associação Católica Patriótica.
Hebei é a
região desse país asiático, com maior densidade de católicos: mais de um milhão e
meio, e os católicos "clandestinos" são uma forte maioria.
De acordo com a
agência do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME) representantes do governo
disseram aos bispos "não-oficiais" que, de agora em diante, para administrar os sacramentos,
o clero deverá ter uma autorização especial concedida pelo governo.
Os
bispos responderam que eles até podem aceitar a "carteirinha" do governo, mas que
é impossível pedir-lhes que se unam à força, à Associação Católica Patriótica que,
como recorda a AsiaNews, "é uma organização a serviço do Partido Comunista chinês,
para controlar os fiéis". Um dos objetivos estabelecidos em seu estatuto, é fazer
crescer e florescer uma Igreja nacional, independente da Santa Sé.
A
agência alerta que "enquanto a China aguarda as Olimpíadas e progride no século XXI,
em Hebei, a perseguição recorda ainda o estilo do Partido Comunista dos anos 50, sob
a direção de Mao Tsé-tung". (CM)