AMÉRICA LATINA: POBREZA INFANTIL AUMENTA DE FORMA ASSUSTADORA
Santiago, 30 set (RV) - Nos países latino-americanos, a grande maioria dos
meninos e meninas em situação de pobreza relativa, vai caminhando para graus extremos
de privação absoluta. Com a exceção do Chile, Costa Rica e Uruguai, mais da metade
das crianças que estão abaixo da linha da pobreza relativa não dispõem de recursos
suficientes para uma alimentação adequada.
A conclusão está no boletim "Desafios",
uma publicação sobre a infância e adolescência, produzida conjuntamente pela Comissão
Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL) e o Fundo das Nações Unidas para
a Infância (UNICEF).
Segundo o boletim, em 12 dos 17 países analisados, mais
de 20% dos menores de 18 anos, além de se encontrarem abaixo da linha de pobreza relativa,
se acham na situação de privação absoluta. Em outras palavras, os meninos e meninas
pobres da região, além de se verem impossibilitados do acesso às condições gerais
de bem-estar estabelecidos em suas sociedades, se encontram impedidos de satisfazer
suas necessidades básicas.
Entre 1990 e 2002, o produto interno bruto (PIB)
per capita cresceu em quase todos os países de América Latina, ainda que de maneira
instável e em contextos de alta volatilidade. As exceções foram Equador, Honduras,
Paraguai e Venezuela. Portanto, o aumento da pobreza infantil na maioria dos países
se relacionou, fundamentalmente, com a maior concentração de recursos, num contexto
de crescimento instável. (MZ)