2005-09-27 12:21:29

Carta pastoral dos bispos de Moçambique sobre a Celebração Eucaristica


Os bispos de Moçambique acabam de publicar uma Nota pastoral sobre a Celebração Eucarística dirigindo-se a todos os fiéis moçambicanos e evocando a Carta Apostólica«Mane nobiscum Domine» .
Destacam que «o grande Mistério da Eucaristia deve ser antes de tudo bem celebrado. É preciso que a Santa Missa seja colocada no centro da vida cristã, e que cada comunidade faça de tudo para celebrá-la decorosamente, segundo as normas estabelecidas, com a participação do povo, e utilizando os ministros no exercício de tarefas especificamente previstas, e com séria atenção ao que se refere à sacralidade, que deve caracterizar o canto e a música litúrgica».
Depois do Concílio Ecuménico Vaticano II, os bispos recordam que as celebrações litúrgicas em Moçambique tiveram novo impulso, participação mais activa e teve início um caminho de adaptação, de inculturação litúrgica.
Como responsáveis pela Liturgia, destacam também as suas responsabilidades de Pastores ao seguir com atenção tal crescimento, para que, da renovação da liturgia, cresça a fé das comunidades cristãs.
Os bispos lamentam que infelizmente, em todas as dioceses, casos de abusos litúrgicos por parte de sacerdotes e leigos, interpretações erradas da criatividade e da adequação, são causa de sofrimento para muitos.
Tais abusos e arbítrios se verificam em celebrações litúrgicas, no uso dos paramentos litúrgicos, na dança litúrgica, no exercício dos ministérios, na perda do sentido do sagrado, na introdução de cantos sem sentido litúrgico, ao ignorar as normas estabelecidas.
A Nota dos Bispos de Moçambique foi publicada depois de um trabalho de análise e estudo de alguns anos, e tem como objectivo «encorajar todos os esforços, para que os princípios da renovação litúrgica continuem a ser devidamente aplicados e vividos nas Dioceses, para que haja beleza e unidade celebrativa em todos os actos do culto».
A Nota prossegue com alguns aspectos das adaptações e inculturação: aquilo que se pode adaptar e inculturar do Rito Romano, considerando a cultura moçambicana; a tradução dos textos litúrgicos, que exige competência teológico - litúrgica, conhecimento da língua e do texto originais e da língua em que deve ser traduzido; a música e o canto, elementos essenciais na celebração da liturgia, que devem ser conformes ao mistério celebrado.
Também os gestos e movimentos do corpo, que devem contribuir para embelezar a liturgia, em torná-la esplendente por simplicidade, expressando o real sentido da liturgia, conforme a sensibilidade cultural da região, mas sem exagerar; o uso dos paramentos litúrgicos, que deve seguir as normas estabelecidas, seja para os presbíteros como aqueles que desempenham um ministério.
Enfim, reitera-se que as autoridades competentes para aprovar adaptações são a Conferência Episcopal e o bispo, na sua diocese.
Na terceira parte da Nota são apresentadas novidades sobre a Missa contidas na nova Instrução Geral do Missal Romano. Na conclusão, os bispos agradecem aqueles que trabalham para tornar a liturgia ainda mais viva, bela e participada.
«As Comunidades cristãs crescerão com a celebração litúrgica da Missa e com a celebração da liturgia da Palavra de Deus». Este trabalho é certamente ingente, e requer a força do Espírito e a colaboração de todos, mas a Igreja de Moçambique não pode recuar diante do longo caminho de renovação e inculturação litúrgica, «para alcançar a meta que Deus lhe deu, a celebração da Liturgia do Céu».







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