As comissões dos episcopados católicos da UE (COMECE) e dos EUA (USCCB) organizaram
em Bruxelas, pela primeira vez, um encontro destinado a analisar as relações transatlânticas
e a reforçar as parcerias entre os dois organismos.
A iniciativa, que decorreu na semana passada, apresentou uma reflexão conjunta sobre
os maiores problemas da actualidade, mormente a segurança, a globalização, o diálogo
inter-religioso, o desenvolvimento em África e o drama dos migrantes e refugiados.
“A intenção é promover um maior entendimento entre os EUA e a Europa”, disse o Cardeal
McCarrick, Arcebispo de Washington e presidente da USCCB.
Os Bispos defenderam que a cooperação entre as duas partes é fundamental para que
“a paz e a justiça triunfem sobre o conflito e o desespero no mundo”. Com este objectivo,
apelaram a uma contínua comunicação e cooperação entre a COMECE e a USCCB para o bem
comum de todos os povos.
Passados 10 anos sobre a Nova Agenda Transatlântica, assinada em Madrid, os organismos
episcopais assinalaram que o mundo passou a enfrentar “novos e difíceis desafios”,
que exigem respostas “nascidas de uma parceria forte e produtiva entre a UE e os EUA”.
O encontro de Bruxelas proporcionou, nesse sentido, a oportunidade para que os Bispos
dos dois lados “delineassem um contributo construtivo para o diálogo, com base na
experiência da Igreja na sociedade e da Doutrina Social católica, à medida que a UE
e os EUA entram numa nova fase das suas relações”.
Os treze prelados reafirmaram o seu apoio explícito à Declaração do Desenvolvimento
do Milénio, renovando os seus votos de que a ONU leve a cabo “as reformas necessárias
para enfrentar os problemas que atingem os mais pobres e marginalizados”.
Sobre o papel da religião na vida pública e a relação entre Cristianismo e Islão,
os Bispos frisaram que “a liberdade religiosa e o diálogo inter-religiosa são essenciais
para assegurar a paz no mundo”. A COMECE e a USCCB defendem, em respeito pela separação
dos papéis da Igreja e do Estado na sociedade, que “a religião não pode ser confinada
a uma esfera privada, porque tem uma dimensão pública e um papel importante para que
as pessoas cumpram a sua vocação de desempenhar uma missão responsável na vida pública”.