Novo apelo da Santa Sé para que todas as nações que ainda não o fizeram ratifiquem
o tratado de não proliferação nuclear. O pedido foi avançado em Nova Iorque pelo arcebispo
Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas. O pedido
é dirigido em particular aos países que ainda não ratificaram o acordo, como os Estados
Unidos, índia, Paquistão e Israel.
“Alcançar a universalidade em pôr fim ao desenvolvimento das armas atómicas representaria
uma valiosa liderança e um elevado sentido de responsabilidade política na promoção
da cultura e da paz baseada na primazia da lei e no respeito da vida human”.
Pôr fim para sempre aos testes de armas nucleares deve ser objectivo de todos os Estados,
advertiu o arcebispo Celestino Migliore.
Essa é a meta do
Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares
(CTBT, na sua sigla em inglês). Para facilitar a sua entrada em vigor celebrou-se
na sede da ONU em Nova Iorque uma Conferência de 21 a 23 deste mês.
Desde sua aprovação em 1996, até agora 176 Estados assinaram tal Tratado e 125 ratificaram
- no; contudo, a sua entrada em vigor «é impedida pela falta de universalidade», alertou
o representante da Santa Sé.
O Tratado proíbe toda experimentação nuclear e instaura uma rede de verificação no
mundo, que deverá incluir 321 postos de controle e 16 laboratórios instalados em 90
países, capazes de detectar explosões nucleares em qualquer ponto da superfície terrestre.
Na sua intervenção, quinta feira, o arcebispo Celestino Migliore aludiu igualmente
ao fracasso da recente conferência sobre o Tratado de não proliferação [de armas nucleares].
«Toda a humanidade deve preocupar-se pelo fato dos armamentos nucleares estarem a
converter-se numa característica permanente de algumas doutrinas militares», acrescentou.
«É necessário responder a estes perigos crescentes aumentando a nossa resolução na
construção de um corpo de direito internacional para respaldar um mundo livre de armas
nucleares», advertiu; de facto, «o CTBT, uma vez que entrasse em vigor, seria um pilar
do direito internacional».
Não duvidou o prelado em recordar também que «o trabalho do
CTBT
demonstra como as suas técnicas de verificação, desenhadas para detectar explosões
nucleares, são promissoras em ajudar os sistemas de alarme de tsunamis».
A Santa Sé ratificou o CTBT em 18 de Julho de 2001.