BISPOS DA ALEMANHA E POLÔNIA FIRMAM DOCUMENTO QUE RECORDA OS 40 ANOS DO "PERDÃO" ENTRE
AS DUAS IGREJAS
Berlim, 21 set (RV) - A Igreja na Alemanha e na Polônia firmaram hoje, um documento
que atualiza a primeira mensagem de reconciliação que foi enviada 40 anos atrás, pelos
bispos poloneses a seus co-irmãos alemães, na qual se afirmava: "Perdoamos e pedimos
perdão."
Em memória dos dois papas que se sucederam no governo da Igreja _
João Paulo II (polonês) e Bento XVI (alemão) _ a Igreja em ambos os países renovaram
aquele compromisso assumido no tempo do Concílio Vaticano II e o atualizaram para
o contexto de hoje.
O texto da mensagem, dado a conhecer na assembléia geral
dos bispos alemães que se realiza em Fulda, foi firmado pelos presidentes das duas
conferências episcopais: Cardeal Karl Lehmann, pela Igreja na Alemanha, reeleito ontem
para o quarto mandato consecutivo, e Dom Józef Michalik, Arcebispo metropolitano de
Przemyśl, pela Igreja na Polônia. (MZ)
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A 40 anos da
troca das cartas, a 60 do fim da guerra e 10 anos após a publicação da primeira carta
comum dos dois episcopados, os bispos evocam a iniciativa de seus predecessores. "Agindo
com espírito cristão _ escrevem _ realizaram com suas missivas, um passo decisivo
em favor de um novo início nas relações recíprocas entre as duas nações. Em meio a
uma situação particularmente difícil, aquela manifestação de desejo de perdão representou
um alicerce fundamental na obra de reconciliação entre poloneses e alemães."
As
tocantes e proféticas palavras dos bispos poloneses aos bispos alemães _ "Perdoamos
e pedimos perdão" _ tiveram uma influência marcante na história. Poucos dias depois,
a resposta dos bispos alemães: "Acolhemos com respeito fraterno as mãos estendidas.
Que o Deus da paz, por intercessão da "Regina pacis" faça com que o fantasma do ódio
nunca mais divida nossas mãos."
Assim como eles, os bispos de hoje se sentem
responsáveis por aquele processo de entendimento, reconciliação e amizade. "Perdoamos
e pedimos perdão" _ repetem hoje, porque somente reconhecendo a verdade e renunciando
ao espírito de vingança, evitaremos a interpretação unilateral da história e abriremos
o caminho de hoje a uma proveitosa colaboração no futuro." (CM)