Patriarca de Bagdade e bispos da comunidade cristã iraquiana dizem que a versão preliminar
da Constituição abre portas á discriminação
O Patriarca de Babilónia dos Caldeus Emmanuel III Delly encontrou-se recentemente
com os líderes do país para lhes transmitir a crescente preocupação e medo dos bispos
em relação à Constituição do país que segundo eles “abrirá de portas escancaradas”
o caminho para a discriminação contra os Cristãos e outros não muçulmanos.
O Patriarca Delly pediu uma mudança de última hora na Constituição, nos aspectos que
os bispos consideram serem chave na questão dos direitos das minorias religiosas.
Os bispos da Igreja Caldeia, Arménia, Latina e Assíria, elogiaram os artigos que defendem
a liberdade e direitos religiosos mas repudiaram o artigo que afirma que “nenhuma
lei pode ser aprovada que contradiga as inquestionáveis leis do Islão”, pedindo que
este fosse apagado ou revisto.
Em declarações recentes o Bispo Auxiliar de Bagdad, D. Andreas Abouna disse que “os
cristãos não são contra o Islão ser a religião do Estado Iraquiano. Sabemos que a
maioria dos iraquianos é muçulmana mas a Constituição não é clara; por exemplo, será
que as mulheres cristãs terão que usar o véu?”.
As preocupações dos bispos não se concentram no imediato, visto que os actuais líderes
expressaram boa vontade para com os não muçulmanos, mas antes numa situação em que
o Governo se possa tornar menos tolerante e os cristãos fiquem à mercê de uma Constituição
pouco clara.
Entretanto, a versão preliminar foi auscultada de novo na Assembleia iraquiana mas
nenhuma alteração foi anunciada.
A versão final da Constituição será referendada no dia 15 de Outubro.