CORÉIA DO NORTE ORDENA RETIRADA DAS ORGANIZAÇÕES HUMANITÁRIAS DO PAÍS ATÉ FINAL DO
ANO
Pyongyang, 19 set (RV) - A Coréia do Norte ordenou que todos os organismos
que fornecem ajudas humanitárias ao país _ inclusive a FAO (Organização das NN.UU.
para a Alimentação e a Agricultura) _ interrompam o fornecimento de alimentos e afastem
seus funcionários do país até o final do ano.
O governo de Pyongyang deseja
que o trabalho de ajuda humanitária desenvolvido atualmente no país por estrangeiros,
seja realizado por norte-coreanos, porém, com recursos da comunidade internacional.
O
regime norte-coreano deseja também uma modificação nos programas de emergência alimentar
atualmente em curso. Essas posições adotadas pelo governo norte-coreano desencadearam
uma grande controvérsia sobre o papel desempenhado pelas organizações humanitárias
estrangeiras no país.
Doadores de alimentos _ como os Estados Unidos e o Japão
_ querem evitar o financiamento econômico de planos de desenvolvimento que poderiam
melhorar a posição de Kim Jong Il, ditador que o Presidente norte-americano, George
W. Bush, define como "canalha".
Segundo especialistas, o ultimato foi feito
após a melhora das relações entre Coréia do Norte e do Sul. Seul doa ao regime norte-coreano
cerca de 100 mil toneladas de arroz por ano, através de programas da FAO, mas poderia
fazê-lo diretamente, sem o controle internacional.
Um dirigente de uma ONG
irlandesa afirmou que "não é possível delegar o nosso trabalho a agentes nacionais".
Ele acrescentou esperar que "o governo norte-coreano entenda que os doadores deixarão
de fornecer fundos a entidades que não estejam submetidas a nenhum controle por parte
da comunidade internacional".
Atualmente, operam na Coréia do Norte, 12 organizações
não-governamentais que não estão ligadas a nenhum programa das Nações Unidas. (JE)