Vaticano indignado com acusações da procuradora do TPI
Com uma declaração da Sala de imprensa da Santa Sé, o Vaticano negou hoje, de forma
veemente, estar envolvido em qualquer esquema de protecção ao general croata Ante
Gotovina, acusado por crimes de guerra em 2001 pelo Tribuna Penal Internacional (TPI).
A acusação é produzida hoje pela procuradora do TPI, Carla Del Ponte, numa entrevista
ao jornal britânico
Daily Telegraph
intitulada “Vaticano acusado de proteger «criminoso de guerra»”.
O comunicado oficial, explica que o Arcebispo Giovanni Lajolo, secretário para as
relações com os Estados, explicou à procuradora Del Ponte que “a Secretaria de Estado
não é um órgão da Santa Sé que possa colaborar institucionalmente com os Tribunais”.
Carla Del Ponte referira ao
Telegraph
que está na posse de informações “segundo as quais Ante Gotovina se esconde num mosteiro
Franciscano, pelo que o Vaticano estaria a protegê-lo. Abordei esta questão com o
Vaticano e eles recusam-se totalmente a cooperar connosco”.
Em resposta, o Arcebispo Lajolo pede, agora, que a procurador Del Ponte “indique com
uma certa precisão que indícios estão na base da sua convicção de que o general Ante
Gotovina está refugiado em determinado edifício religioso na Croácia, a fim de poder
entrar em contacto com as competentes autoridades eclesiásticas”. O comunicado do
Vaticano assegura que “as sondagens precedentes tiveram resultados negativos” e que
Carla Del Ponte “ainda não correspondeu, de modo algum, ao pedido de D. Lajolo”.
A Igreja croata, por seu turno, negou todas as acusações de Carla Del Ponte “relativamente
à Santa Sé e à Igreja Católica na Croácia”.
Anton Selic disse à agência Hina que “a Igreja não tem nenhuma informação quanto ao
local onde se poderia encontrar o general fugitivo Gotovina”, declarando perceber
“a frustração” da procuradora.