2005-09-16 14:51:59

NÚNCIO APOSTÓLICO EM RUANDA FALA DO MISSIONÁRIO BELGA PRESO NO PAÍS


Kigali (Ruanda), 15 set (RV) - Continua ainda na prisão de Kigali o Padre Guy Theunis, missionário belga preso na terça-feira, 6 de setembro, na capital ruandesa, com a acusação de ter incitado o genocídio de 1994.

O Superior-geral dos Missionários da África _ mais conhecidos como "Padres Brancos" _ informou, numa entrevista à MISNA, que o confrade "está física e mentalmente bem". No momento, a polícia de Kigali está redigindo o dossiê sobre o Padre Theunis, pois a justiça da cidade deverá fixar uma audiência. O religioso pode ser condenado à morte.

Sobre este assunto, a Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico em Ruanda, Dom Anselmo Guido Pecorari: "A prisão do missionário é certamente um sinal de preocupação para a Nunciatura, porque setrata do primeiro missionário que é preso e incriminado deste modo. Isso pode ter conseqüências, e esperamos que não sejam negativas nas relações entre a Igreja e o Estado, porque não se submete a um inquérito, a meu ver, uma pessoa, mas há o perigo de se levantar suspeita sobre toda a atividade dos missionários".

Qual é a posição da Igreja ruandesa sobre as acusações de incitamento do genocídio atribuídas ao missionário?

D. PECORARI:- "A Igreja e a Conferência Episcopal Ruandesa fizeram uma declaração de defesa e de apoio ao Padre Theunis, expressando, ao mesmo tempo, o desejo de que esta ação não traga conseqüências para o caminho de reconciliação e de unidade nacional, que a Igreja está apoiando."

Qual é o compromisso da Igreja ruandesa neste pós-genocídio?

D. PECORARI:- "O primeiro compromisso é o da reconciliação, que foi explicitado por meio de sínodos diocesanos realizados em 2000 e 2001 e, depois, há um compromisso de reconciliação dentro das diferentes comunidades, paróquias, missões e dioceses. Não é um compromisso de caráter político ou partidário." (MZ)







All the contents on this site are copyrighted ©.