A Santa Sé acompanha com particular interesse a sessão que celebra o 60.º aniversário
da ONU. O jornal “L’Osservatore Romano” publicou, na sua edição em italiano, um artigo
dedicado á cimeira de chefes de Estado e de Governo, juntando representantes dos 191
países das Nações Unidas, que decorre até ao próximo dia 16 na sede das Nações Unidas
em Nova Iorque.
No texto, o quotidiano do Vaticano sublinha que o encontro “é uma oportunidade para
os “grandes” da Terra discutirem o futuro e a reforma da ONU, bem como o papel que
a organização deverá ter na cena internacional”.
A lentidão com que as negociações avançavam foi alvo de reparos. Ontem, porém, os
diplomatas reunidos em Nova Iorque concordaram com um documento propondo um pacote
de reformas para a cimeira mundial.
O esboço do documento foi forjado ao longo de semanas de discussão para honrar os
objectivos contra a pobreza, mas outros pontos estão diluídos ou foram completamente
omitidos. Os 191 membros da assembleia-geral das Nações Unidas aprovaram posteriormente
o documento.
O secretário-geral Kofi Annan disse aos jornalistas que o documento tem duas omissões
importantes: a não-proliferação de armas nucleares e o desarmamento. Outras propostas
de reforma que foram difíceis foram a criação de um novo corpo com o encargo dos direitos
humanos, a definição de terrorismo e a reforma da gestão da ONU.
No passado Domingo, durante a oração do Angelus, Bento XVI referiu-se à cimeira que
agora começa, apelando aos líderes mundiais para um consenso na aplicação de medidas
para combater a pobreza extrema e a fome.
"Faço votos fervorosos para que os governantes aí reunidos encontrem soluções adequadas
para alcançar aqueles objectivos pré-estabelecidos, num espírito de concórdia e generosa
solidariedade", disse, desejando, "em especial, o maior sucesso na aplicação de medidas
eficazes para responder aos problemas mais urgentes colocados pela pobreza extrema,
pelas doenças e pela fome, que afligem tantos povos".