2005-08-31 11:03:36

Uma sociedade sólida e segura tem necessidade da bênção de Deus: Bento XVI, na audiência-geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, comentando o Salmo 126


“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigiam as sentinelas”: palavras do Salmo 126, comentado por Bento XVI, na audiência-geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, perante onze mil peregrinos.

“Uma sociedade sólida nasce, sem dúvida, do empenho de todos os seus membros, mas tem necessidade da bênção e do apoio daquele Deus que, infelizmente, muitas vezes é excluído ou ignorado” – observou o Papa.
“Este Salmo sapiencial, fruto da meditação sobre a realidade da vida de cada dia, está substancialmente construído sobre um contraste: sem o Senhor, em vão se procura erigir uma casa estável, edificar uma cidade segura, fazer frutificar a própria fadiga. Com o Senhor, pelo contrário, há prosperidade e fecundidade, uma família serena e rica de filhos, uma cidade munida e defendida, livre de pesadelos e inseguranças.”
“O Salmista não hesita em afirmar que todo o trabalho (quotidiano) é inútil se Deus não está ao lado de quem trabalha. E afirma que Deus premeia até mesmo o sono dos seus amigos. O Salmista quer assim exaltar o primado da graça divina, que imprime consistência e valor ao agir humano, embora marcado pelo limite e pela caducidade. No abandono sereno e fiel da nossa liberdade ao Senhor, também as nossas obras assumem consistência, tornando-se susceptíveis de um fruto permanent. O nosso sono torna-se assim um repouso abençoado por Deus, destinado a confirmar uma actidade significativa e sólida”.

A concluir, Bento XVI comentou os versículos em que o Salmo refere que “os filhos são uma bênção do Senhor”:
“O quadro final representa um pai circundado dos filhos, acolhido com respeito à porta da cidade, sede da vida pública. A geração é portanto um dom portador de vida e de bem-estar para a sociedade. Disso temos consciência, nos nossos tempos, perante nações às quais a queda demográfica priva da frecura, da energia, do futuro incarnado pelos filhos. Sobre tudo se ergue, porém, a presença benfazeja de Deus, nascente de vida e de esperança”.

Entre as saudações aos diferentes grupos de peregrinos presentes, não faltou uma em português:
“Saúdo também os grupos vindos de Portugal e do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta visita aos lugares santificados pela pregação e martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo a todos fortaleça na fé e consolide, no amor divino, os vínculos de cada um com a sua família, comunidade eclesial e civil. A Virgem Mãe vos acompanhe”.







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