IGREJA NO BRASIL RECORDA HOJE OS SEIS ANOS DA MORTE DE DOM HÉLDER
Fortaleza, 27 ago (RV) - Neste 27 de agosto, a Igreja no Brasil recorda o 6º
aniversário do falecimento de Dom Hélder Câmara, o apóstolo que marcou a história
do nosso país, colocando-se ao lado dos pobres.
Durante toda a sua vida de
padre e bispo, usou seu carisma de defensor da paz e da justiça, em favor dos filhos
de Deus.
Dom Hélder nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 7 de fevereiro de 1909.
Era filho de uma família simples e católica. Seus pais tiveram 13 filhos e ele era
o 11º. Aos 14 anos, entrou para o famoso Seminário da Prainha, na capital cearense.
Foi tão brilhante nos estudos, que a Santa Sé autorizou sua ordenação em 1931, com
apenas 22 anos. Foi ordenado padre no dia da Assunção da Virgem Santíssima.
Ainda
como jovem sacerdote foi nomeado Diretor do Departamento de Educação do Estado do
Ceará. A seguir, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde morou e trabalhou por
28 anos.
Em 1952, foi nomeado Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro. Foi o fundador
da CNBB e co-fundador do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano). Exerceu o cargo
de Secretário-geral da CNBB, implantou os ideais da organização, promovendo a interação
entre os bispos do Brasil. Participou de muitos congressos, ajudando a Igreja no Brasil
a adaptar-se aos tempos modernos, sobretudo integrando sua ação na luta em defesa
da justiça e cidadania.
Pessoalmente, foi a alma da resistência à ditadura
militar.
Dom Hélder foi nomeado Arcebispo de Olinda e Recife em 1964, permanecendo
no cargo por 20 anos. Ali, Dom Hélder levantou a voz em defesa das comunidades "sem
vez e sem voz" na escala social. Teve como pano de fundo nas suas pregações, a luta
pela fé cristã e a caridade aos pobres e oprimidos. Sofreu retaliações e perseguições,
ficando proibido de divulgar suas mensagens durante todo o tempo da ditadura. Apesar
de tudo, a personalidade de Dom Hélder ganhava, cada vez mais, dimensão no Brasil
e no exterior.
Dom Hélder criou muitos projetos e organizações pastorais destinadas
a socorrer a realidade nordestina. Escreveu diversos livros que foram traduzidos em
mais de trinta idiomas. Recebeu cerca de 600 condecorações e 32 títulos de doutor
"honoris causa". Muitas cidades brasileiras lhe concederam o título de cidadão honorário.
Faleceu
no dia 27 de agosto de 1999 e será sempre lembrado, na história do Brasil, como o
pastor que sonhou e lutou por um mundo solidário, como o combatente incansável pelos
anseios democráticos, como o esteio da Igreja no testemunho cristão, que se traduz
no compromisso para com o outro, especialmente para com os pobres. (MZ)