CARDEAL MARTINO FAZ CONFERÊNCIA NO MEETING DO "COMUNHÃO E LIBERTAÇÃO", EM RIMINI
Rimini, 25 ago (RV) - O Cardeal Renato Raffaele Martino, Presidente do Pontifício
Conselho "da Justiça e da Paz", fez uma conferência, nesta terça-feira, durante o
"Meeting da Amizade entre os Povos", que se realiza, em Rimini, Itália, com encerramento
previsto para o próximo sábado.
Em sua conferência no encontro organizado pelo
movimento "Comunhão e Libertação", o Cardeal Martino falou sobre o tema: "A serviço
do homem moderno: a Doutrina social da Igreja". O cardeal ilustrou o conteúdo do "Compêndio
da Doutrina Social da Igreja, redigido pelo Pontifício Conselho "da Justiça e da Paz"
e publicado recentemente.
Segundo o Cardeal Martino, os âmbitos prioritários
do compromisso na sociedade, à luz das exigências evangélicas e das principais necessidades
da humanidade, são a vida, a liberdade religiosa, a paz e os direitos humanos.
A
defesa da vida, desde sua concepção até à morte natural, e sua promoção são de fundamental
importância para a ação dos cristãos no âmbito social, frisou o Presidente do Pontifício
Conselho "da Justiça e da Paz".
"O direito à liberdade religiosa é o fundamento
de todos os demais direitos" _ acrescentou o Cardeal Martino. "Só Deus garante o caráter
inviolável do homem, feito à imagem e semelhança de Deus. A liberdade de consciência,
assim como a religiosa, não nasce de uma reivindicação subjetiva, mas descende da
realidade da dignidade humana e de sua vocação transcendente" _ anuiu.
No
que se refere à paz, o Cardeal distinguiu o significado de "pacífico", "pacifista"
e "pacificador". Pacífico é o indivíduo capaz, por dom de Deus e por virtude, de viver
uma relação que não é de conflito consigo mesmo e com os demais. A paz é própria de
homens pacíficos. Pacifista é um indivíduo bom, mas, se não for orientado por homens
pacíficos, corre o risco de trair o objetivo da paz, convertendo-se em adepto de uma
ideologia. E pacificador é um indivíduo pacifico, que entra em situações históricas
de conflito para levar palavras, atitudes e soluções de paz.
Enfim, o pacificador
ou "agente de paz" é guiado pelo amor, pois, como escrevia Santo Agostinho, "quem
tem paz, ama".
O Cardeal Martino concluiu, afirmando que o critério principal
da atenção aos direitos humanos deve ser o anúncio do fundamento transcendente da
dignidade da pessoa, pois o verdadeiro humanismo é transcendente. (MT)