BENTO XVI QUER MAIS DIÁLOGO ENTRE IGREJA E ESTADO NA VENEZUELA
Castel Gandolfo, 25 ago (RV) - Bento XVI recebeu hoje, as credenciais do novo
Embaixador da Venezuela junto ao Vaticano _ Ivan Guillermo Rincón Urdaneta _ ocasião
em que exortou a uma relação mais harmoniosa do clero venezuelano com o governo de
Caracas.
O Santo Padre manifestou seu sentimento de proximidade e afeto ao
povo venezuelano, rogando a Deus para que o país possa alcançar metas cada vez mais
elevadas, de justiça, solidariedade e progresso dentro do espírito cristão.
Bento
XVI recordou a "antiga e profunda tradição católica da Venezuela", citando as palavras
do libertador _ Simon Bolívar _ e disse que a Santa Sé segue de perto os acontecimentos
no país.
O Papa expressou seus melhores votos de que, durante o exercício de
sua importante missão, as já tradicionais e históricas relações entre a Venezuela
e a Santa Sé sejam fortalecidas com espírito de colaboração leal e construtiva.
Bento
XVI lembrou que a Venezuela foi provida por Deus, de todos os recursos necessários
para que a população possa levar uma vida digna. "Nessa tarefa _ salientou _ não podemos
nos eximir de colaborar ativamente, especialmente contra o fenômeno da pobreza", enfatizou
o Pontífice, recordando o constante trabalho da Igreja na Venezuela, que atua, muita
vezes, com precários recursos humanos e materiais.
O Papa recordou que a Igreja
Católica na Venezuela está envolvida em numerosas atividades de promoção humana em
favor da vida, projetos de assistência médica e educacional, trabalhando lado a lado
das camadas mais pobres da população.
Reconhecendo o trabalho feito pelo Presidente
venezuelano, Hugo Chávez, Bento XVI disse estar consciente da importância que as autoridades
públicas venezuelanas dão aos aspectos vitais para o desenvolvimento do país, através
de programas de alfabetização, educação e saúde.
São atividades, segundo o
Santo Padre, que requerem uma contribuição generosa da parte de todos os cidadãos
e das diversas instituições do país, promovendo a solidariedade que, juntamente com
uma ordem social justa e equilibrada, seja a melhor garantia de resultados duradouros.
"Para isso, é imprescindível o diálogo e o respeito entre todas os setores
sociais, como de alcançar um consenso sobre os aspectos que concernem o bem comum"
_ frisou o Papa, recordando as recentes tensões entre o governo e a oposição venezuelana.
A
esse respeito, Bento XVI convidou os venezuelanos ao perdão e à reconciliação, condenando
todo e qualquer tipo de comportamento agressivo.
O Papa também salientou a
importância de cultivar os valores das liberdades fundamentais e de respeitar e promover
esses valores, assegurando assim um desenvolvimento integral da sociedade.
No
final de sua mensagem, Bento XVI colocou a Igreja Católica a serviço da sociedade
venezuelana, afirmando que o Estado não deve temer a ação da Igreja Católica que,
no exercício de sua liberdade, busca apenas levar a cabo sua missão religiosa, de
contribuir com o progresso espiritual do país. (WM)