Colaboração leal e construtiva entre Estado e Igreja na Venezuela: os votos do Papa
ao receber o novo Embaixador venezuelano
Recebendo quinta-feira, 25, em Castelgandolfo as Cartas Credenciais do novo Embaixador
da Venezuela, Bento XVI fez votos de “colaboração leal e construtiva” entre a Igreja
e o Estado, neste país de “antiga e profunda tradição católica”, sublinhando a necessidade
de assegurar à Igreja a liberdade do pleno exercício da sua missão.
“Os sucessores de Pedro – observou o Papa - sempre se têm esforçado por defender
esta liberdade. Pela sua parte, os Governos dos Estados nada devem temer pela acção
da Igreja, que no exercício da sua liberdade apenas procura levar a cabo a sua missão
religiosa e contribuir para o progresso espiritual de cada país”.
“A Igreja Católica, que tem estado presente e tem acompanhado o povo venezuelano
em todas as etapas da sua história, compartilha também actualmente as suas preocupações
e esperanças de um futuro melhor. No cumprimento da sua própria missão, a Igreja anuncia
o Evangelho, proclama o perdão e a reconciliação que, oferecido e recebido de coração,
é o único modo de chegar a uma concórdia estável, sem que as legítimas discrepâncias
se convertam em confrontos agressivos. A Igreja convida a formentar os valores básicos
de toda a asociedade, como o seu amor à verdade, o respeito da justiça, a honestidade
no desempenho das próprias responsabilidade ou a fenerosa disponibilidade a servir
o bem de todos os cidadãos, acima dos interesses de parte”.
“A Igreja, que não pode deixar de proclamar e defender a dignidade da pessoa humana
na sua integridade e abertura à transcendência divina, reclama poder dispor, de modo
estável, do espaço indispensável e dos meios necessários para cumprir a sua missão
e o seu serviço humanizador”, acrescentou ainda Bento XVI.