PAPA RETOMA HÁBITO DE JOÃO PAULO II E RECORDA SUA RECENTE VIAGEM À ALEMANHA, PARA
O XX DMJ
Cidade do Vaticano, 24 ago (RV) - Bento XVI veio, de helicóptero, de Castel
Gandolfo ao Vaticano, esta manhã, somente para se encontrar com os fiéis e peregrinos
- cerca de 7 mil, provenientes de 18 países do mundo _ que o aguardavam na monumental
Sala Paulo VI, para a habitual Audiência Geral das quartas-feiras.
Em sua catequese,
o Papa retomou o hábito de seu predecessor _ João Paulo II _ e fez um resumo de sua
recente peregrinação apostólica internacional, à Alemanha (Colônia, para o XX Dia
Mundial da Juventude).
"A Divina Providência quis que minha primeira viagem
pastoral fora da Itália, tivesse como meta precisamente a minha terra natal e se realizasse
por ocasião do grande encontro dos jovens do mundo, a 20 anos da instituição do DMJ,
por parte de meu inesquecível predecessor, João Paulo II. Não cesso de dar graças
a Deus pelo dom desta peregrinação, da qual manterei uma grata recordação."
A
seguir, o Santo Padre agradeceu a todos os que, direta e indiretamente, organizaram
o grande evento, sobretudo às autoridades civis e religiosas da Alemanha. O Pontífice
não deixou de expressar sua gratidão também àqueles que, de longe, estiveram em sintonia
com o encontro, especialmente os enfermos.
Bento XVI recordou as diversas
etapas do encontro com os jovens do mundo inteiro: desde a festa de boas-vindas, no
rio Reno, ao encontro com os seminaristas e com os representantes de outras comunidades
religiosas, assim como o ponto alto do DMJ, no Marienfeld (o Campo de Maria), a cerca
de 30 km de Colônia, onde se realizaram a Vigília de Oração e a Santa Missa de encerramento.
"Em
Colônia _ disse o Papa _ os jovens tiveram a oportunidade, de aprofundar, de várias
maneiras, temas espirituais. Eles se sentiram impelidos pelo Espírito Santo a ser
testemunhas de Cristo que, com a Eucaristia, prometeu permanecer, realmente, presente
entre nós, até o fim do mundo."
"O papel da Alemanha no caminho do diálogo
ecumênico _ refletiu o Pontífice _ é importante, seja pela triste história das divisões,
seja pela parte significativa no âmbito da reconciliação. Por isso, desejo que o diálogo,
como intercâmbio mútuo de dons, possa contribuir para aumentar e amadurecer a sinfonia
harmônica e ordenada da unidade católica."
Nesse sentido, os DMJs, segundo
o Santo Padre, representam um válido "laboratório" ecumênico.
Bento XVI recordou
a visita à Sinagoga mais antiga da Alemanha, por ocasião dos 60 anos da Shoá e dos
40 anos da declaração conciliar "Nostra Aetate".
"Quis encontrar-me também
com representantes de algumas comunidades muçulmanas, às quais manifestei expectativas
e preocupações, no difícil momento histórico em que vivemos. Expressei meus votos
de que sejam extirpados o fanatismo e a violência e que, juntos, possamos colaborar
para defender sempre a dignidade da pessoa humana e tutelar seus direitos fundamentais."
O
Santo Padre concluiu sua reflexão, afirmando que os jovens lançaram uma mensagem à
humanidade do nosso tempo, do coração da velha Europa que, no século passado, viveu
terríveis conflitos e regimes desumanos. Trata-se de uma mensagem de esperança, que
não decepciona, porque é fundada na pessoa de Jesus Cristo, que morreu pela nossa
salvação.
"Em Colônia, os jovens encontraram e adoraram o Emanuel, Deus conosco,
no mistério da Eucaristia, e compreenderam melhor que a Igreja é a grande família,
através da qual Deus cria um espaço de comunhão e de unidade, em todos os continentes,
raças e culturas; ela forma uma grande comitiva de peregrinos, guiados por Cristo,
a estrela radiante que ilumina a história" _ sublinhou o Pontífice.
O Papa
pediu aos presentes que rezassem, a fim de que os jovens possam levar consigo, de
Colônia, a luz de Cristo _ Verdade e Amor _ e difundi-la em suas comunidades locais.
"Somente assim _ concluiu o Bento XVI _ poderemos assistir a uma primavera de esperança
na Alemanha, na Europa e no mundo inteiro.
Ao término de sua catequese, o Papa
passou a saudar o peregrinos e fiéis, em seus respectivos idiomas. Eis o que disse
aos presentes, em português: "Amados peregrinos vindos de Portugal e de outros
países lusófonos, a todos saúdo com grande afeto e alegria, recordando Jesus que Se
fez nosso companheiro de viagem na Eucaristia. Tal foi a vivência dos jovens de Colônia.
Como eles, detenham seus passos para adoração e comunhão da Eucaristia; abrasados
por ela, vocês desencadearão aquela fusão de amor que fará, da humanidade inteira,
uma só família - a família de Deus."
Antes de se
despedir dos fiéis e peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, o Santo Padre dirigiu seu
pensamento às regiões da Europa atingidas, nestes dias, por fortes inundações ou incêndios
que provocaram ingentes prejuízos e vítimas fatais, além de terem desalojado muitas
famílias: "Ao mesmo tempo em que invoco do Senhor, o prêmio eterno para aqueles que
perderam a vida, asseguro, com afeto, a minha solidariedade espiritual, na oração,
aos que são provados por esses dramáticos acontecimentos naturais, esperando que possam
ser sustentados pela solidariedade comum." Após a Audiência Geral, o Santo Padre
regressou, de helicóptero, à residência apostólica de verão, de Castel Gandolfo, onde
permanecerá até o final deste mês. (MT)