UM MILHÃO DE JOVENS EM TORNO DE BENTO XVI, PARA A MISSA DE ENCERRAMENTO DO XX DMJ
Colônia, 21 ago (RV) - Um milhão de jovens participaram, esta manhã, da missa
de encerramento do XX Dia Mundial da Juventude, no Campo de Maria ("Marienfeld"),
na periferia de Colônia.
O Papa chegou de papamóvel até perto do altar, montado
sobre um enorme palco, sendo recebido pelo Cardeal-arcebispo de Colônia, Joachim Meisner.
Na breve saudação que dirigiu ao Pontífice, o Cardeal evocou o evangelista Mateus:
"Quando um milhão de pessoas, mais 800 bispos e o amado Santo Padre se reúnem em seu
nome, como aqui em Marienfeld, Cristo torna-se palpável, audível e inevitável."
Tomando
a palavra, o Papa improvisou um agradecimento "por estas maravilhosas horas", e pela
comunhão "que vivemos e estamos vivendo".
Diante de centenas de milhares de
jovens que o aguardavam, muitos acampados desde ontem, o Papa proferiu uma homilia
de tons fortes, descrevendo a situação da fé no mundo contemporâneo.
"É preciso
que acolhamos Cristo, mesmo com nossas imperfeições. Sabemos que somos imperfeitos,
mas estamos aqui para estar com o Senhor, para que impeça que as divisões nos afastem
uns dos outros, e para que no mundo domine a justiça. Rezo para que no mundo prevaleçam
o direito e a justiça."
Falando diretamente aos jovens, Bento XVI explicou
o significado do mistério da Eucaristia, da transformação do corpo e do sangue de
Jesus em pão e vinho, da antecipação de sua morte, de sua íntima aceitação e do significado
de amor desse gesto. Esta "mutação", que se verificou no Cenáculo, era destinada a
suscitar um processo que deve culminar com a transformação do mundo, até a condição
em que Deus será tudo em todos: "a vitória do amor sobre o ódio".
Nesse sentido,
Bento XVI insistiu sobre a importância do domingo, primeiro dia da semana, dia da
ressurreição de Cristo: "O dia do início da criação é o dia da renovação da criação.
Criação e redenção caminham juntas."
"É belo que hoje, em muitas culturas,
o domingo seja o "dia livre", e que, com o sábado, forme o "fim-de-semana livre" _
refletiu o Papa. "Mas este tempo, todavia, permanece vazio, se nele não existir Deus.
Não deixem de participar da Eucaristia dominical, e ajudem os outros a descobri-la.
É claro, devemos aprender a compreendê-la profundamente, e a amá-la. Uma grande alegria
não deve ser guardada para si, é preciso transmiti-la."
Frequentemente, acrescentou
o Santo Padre, nestes tempos em que Deus parece esquecido, o chamado "retorno à religião"
é, na verdade, uma moda consumista, em que cada um opta por uma religião particular.
Pode até ser uma opção cômoda, mas no final das contas, no momento da crise, não ajuda.
O Papa falou dos novos movimentos religiosos surgidos nos últimos anos, que
deram novo animo à Igreja. A espontaneidade desses movimentos é importante, mas é
igualmente importante que permaneçam em sólida comunhão com o Papa e com os bispos.
"Nas
últimas décadas, nasceram diversos movimentos e comunidades nos quais se sente, com
vivacidade, a força do Evangelho. Busquem a comunhão na fé como companheiros de caminhada,
que seguem a estrada da grande peregrinação indicada primeiramente pelos Reis Magos."
Concluindo sua homilia, Bento XVI exortou os cristãos a manifestarem sua fé
também na vida, preocupando-se com as necessidades dos outros e compartilhando os
problemas do próximo. "Somos uma só coisa também entre nós, e isto deve ser demonstrado
através da capacidade do perdão, na sensibilidade pelas necessidades do próximo, na
disponibilidade e na solidariedade, no empenho pelo próximo, esteja ele perto ou longe."
Durante
a oração mariana do Angelus, logo após a santa missa, o Papa fez um anúncio: "Com
alegria, anuncio que o próximo DMJ terá lugar em Sidney, na Austrália, em 2008. Confiamos
à proteção materna de Maria Santíssima, o futuro caminho dos jovens de todo o mundo."
Antes de se despedir dos jovens, uma saudação a cada um, em suas respectivas
línguas. Eis o que disse em português... "Saúdo também, com afeto, a juventude
aqui presente, que fala em português. Espero, meus caros jovens, que vivais sempre
como amigos de Jesus, para experimentar a verdadeira alegria de ser filhos de Deus,
e de comunicá-la aos vossos semelhantes, especialmente aos que padecem maiores dificuldades."
(CM)